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Cardiologia4 abril 2022

ACC 2022: arritmias após infarto agudo do miocárdio – estudo BIOGUARD

O estudo BIOGUARD, apresentado no ACC 2022, avaliou se o monitoramento de arritmias após IAM, e seu tratamento, impactam no prognóstico.

As arritmias são uma complicação comum após um IAM. O estudo BIOGUARD, apresentado no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), teve por objetivo estudar se o monitoramento de arritmias (com um monitor implantável) e seu tratamento impactam no prognóstico.

arritmias após IAM

Arritmias após IAM

A amostra incluiu 790 pacientes, randomizados para grupo controle (tratamento usual) e o de intervenção, acompanhados por seis meses. Os critérios de inclusão eram IAM recente e um ChadsVasc alto (apesar do estudo, em si, não ter nada a ver com FA ou tromboembolismo). O desfecho primário foi mortalidade e/ou hospitalização por complicações cardiovasculares.

O estudo foi interrompido antes do tempo porque o grupo de monitoramento observou um maior número de eventos. Contudo, após análise, viu tratarem-se de eventos não relacionados ao sistema cardiovascular. De qualquer forma, isso cria um viés para os resultados e prejudicam a análise.

A idade média foi 72 anos, 35% com IAM há menos de 40 dias, 52% com IAM sem supra ST; FE média 53% e 34% com IC. Observaram-se 6% de arritmias no grupo controle, sem o monitor, e 67% no grupo intervenção, sendo que 39% necessitaram de tratamento. A arritmia mais comum foi fibrilação atrial (35-40%), seguida de bradiarritmias com necessidade de marca-passo (20%).

Contudo, isso não se traduziu em benefício clínico no desfecho primário: a taxa de mortalidade e hospitalizações foi similar entre os grupos controle e intervenção. Na análise de subgrupos, sugeriu-se que o grupo IAM sem supraST poderia se beneficiar do monitor de eventos implantável – este foi um grupo mais grave, com 75% maior risco de morte ou hospitalização em comparação com IAM com supraST.

Mensagem prática

O monitor de eventos é um recurso indispensável quando suspeitamos de arritmias, principalmente as com frequência não diária, que o Holter não detecta. O problema é que a seleção do estudo – todo paciente com IAM e ChadsVasc alto – não parece ter identificado os pacientes que mais se beneficiam disso.

O ponto central é: qual grupo mais se beneficia de rastrearmos FA e bradicardias, as duas arritmias cujo tratamento tem maior impacto no prognóstico? Isso necessitará de estudos futuros.

Estamos acompanhando o congresso americano de cardiologia. Fique ligado no Portal PEBMED e em nosso Twitter e Instagram.

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