A sotaglifozina é um dos novos inibidores da SGLT2, classe que recentemente mostrou benefícios cardiovasculares, principalmente a redução de risco de insuficiência cardíaca em pacientes com fatores de risco. O que chamou a atenção de vários pesquisadores foram os resultados mesmo em pacientes sem diabetes mellitus, o que poderia representar outros mecanismos de ação que não apenas a redução glicêmica.
Sotaglifozina
Esse medicamento já havia demonstrado, em pacientes com DM, a redução no risco combinado de mortalidade e IC. A apresentação atual, feita no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), é uma análise de subgrupos do estudo SCORE, com DM e DRC, avaliando quem tinha história de doença cardiovascular (DCV, que incluiu IAM, AVC e doença arterial periférica – DAOP), bem como os pacientes em tratamento ambulatorial apenas.
Os resultados mostraram no grupo com história de DCV, uma redução de 21% no risco de morte, IAM e/ou AVC (o chamado MACE, eventos cardiovasculares maiores): essa foi a novidade apresentada, um benefício importante e não influenciado pelo desfecho “IC”.
Houve o mesmo resultado benéfico no grupo sem história de DCV, e no acompanhamento já com três meses de tratamento é possível ver resultados significativos. Em uma análise mais detalhada, foram os pacientes com história de IAM e de AVC os com maior benefício, e não aqueles com DAOP. Os efeitos colaterais foram aqueles já conhecidos dos iSGLT2, como candidíase, desidratação e cetoacidose.
Mensagem prática
Apesar das críticas, os iSGLT2 vêm mostrando benefícios que vão além da redução no risco de IC, bem como em pacientes com maior risco cardiovascular, independente da presença ou não de DM.
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