Em pacientes com fibrilação atrial e alto risco de sangramento, há uma contraindicação para uso de NOAC. Neste cenário, a oclusão do apêndice (auriculeta) atrial esquerdo é uma opção eficaz para reduzir risco de eventos tromboembólicos. Porém, em alguns casos, pode haver a presença de um leak, um vazamento de sangue ao redor do oclusor, que é considerado relevante quando >= 5 mm. A dúvida é o tamanho do risco para os pacientes e se é necessário uma nova intervenção.
LAAO Registry
No estudo LAAO Registry, divulgado no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), foi apresentada uma coorte com 51.300 pacientes com o oclusor nos Estados Unidos. A maioria (73%) não tem leak, 25,8% com leak até 5 mm, e só 0,7% com leak maior que 5 mm. Os maiores leaks ocorreram em pacientes com maior orifício do apêndice atrial, miocardiopatia e fibrilação atrial permanente.
Os resultados mostraram que a presença de um leak, mesmo pequeno, foi associado com risco 15% maior em eventos tromboembólicos, apesar da taxa absoluta ser pequena (3% de eventos em pacientes sem leak e 3,5% naqueles com algum leak). A mortalidade não foi diferente entre os grupos.
Mensagem prática
O oclusor é eficaz e o ideal é o posicionamento sem leak. Quando isso não é possível, o médico deve avaliar com o paciente o risco x benefício de três opções: tentar reposicionar, deixar como está ou reiniciar anticoagulação – sempre lembrando que o risco absoluto de evento é baixo (3%). Apenas com um ensaio clínico conseguiremos a resposta definitiva para essas opções.
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