AAP 2021: novo método de fixação do cateter umbilical reduz taxas de má posição
Um estudo apresentado na AAP 2021 mediu as taxas de migração que levam ao mau posicionamento usando um novo tipo de fixação do cateter umbilical.
Cateteres umbilicais são essenciais para os cuidados na UTI neonatal, tanto para monitorar, quanto para garantir uma via confiável para nutrição e medicação. Excelente via de acesso central. Em média, metade dos cateteres usando métodos adesivos padrão de fixação migram para o mau posicionamento, podendo causar tamponamento cardíaco, derrame pericárdico e trombose.
Outro risco muito importante é a infecção. Os métodos atuais para proteger esses cateteres deixam o local de inserção descoberto para esse propósito, mas permitem a introdução de bactérias pela manipulação durante o cuidado e pelas fraldas.
O objetivo deste estudo apresentado na AAP Experience 2021, congresso da American Academy of Pediatrics, foi medir as taxas de migração que levam ao mau posicionamento usando LifeBubble™ (um método de fixação de cateteres umbilicais).
Fixação do cateter umbilical
Métodos: revisão retrospectiva de prontuários em uma UTI neonatal do Oregon Health & Science University. Foram incluídos recém-nascidos > 1kg que necessitavam de cateter umbilical arterial (CUA) ou venoso (CUV) e que foram fixados usando um LifeBubble™ ou adesivo normal fixação de 2019 a 2021.
Os critérios de exclusão incluíram peso <1 kg, falecidos ou transferidos para fora da UTI antes da interrupção do cateter. Os cateteres foram removidos devido ao mau posicionamento ou ao final do uso. As medidas de resultado foram: a proporção de cateteres que moveram um ou mais corpo vertebral e a proporção que foi removida devido ao mau posicionamento , ambos determinados na radiografia.
Resultados
Um total de 159 pacientes foram incluídos para revisão, 58 utilizando LifeBubble™ (LB) e 61 adesivos de fixação. Havia um total de 106 cateteres no grupo de adesivo (57 CUV e 49 CUA) e 89 no grupo LB (54 CUV e 35 CUA). Ao comparar LifeBubble™ com o grupo de controle, houve significativamente menor migração de cateter de um ou mais corpo vertebral (12% vs 52%), uma redução significativa na migração de CUV (5,6% vs 44% ) e uma redução significativa na migração de CUV levando à descontinuação (5,6% vs 39%).
Enquanto a migração e descontinuação do CUA foi menor no grupo LB em comparação com o grupo de adesivo de fixação (11,4% vs 29%, 0% vs 7. 4%), esses achados não foram significativos.
Conclusão
Este novo método de fixação do cateter umbilical foi empregado sem complicações e associado uma taxa de migração significativamente menor do que o adesivo de fixação.
No Brasil, porém, esse método de fixação ainda não está disponível.
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