Sabemos que a bronquiolite é a causa mais comum de hospitalização em lactentes. A cânula nasal de alto fluxo (CNAF) é um suporte respiratório não invasivo cada vez mais usado para pacientes com bronquiolite. Inicialmente, foi implementado em UTIs, e vários estudos mostraram bons resultados com taxas de fluxo mais altas de 1,5-2 L/kg/min.
Um estudo apresentado na AAP Experience 2021, congresso da American Academy of Pediatrics, por Danni Liang, da Pensilvânia, mostrou redução no tempo de permanência em UTI quando implementado um protocolo de CNAF “aprimorado” com taxas de fluxo de 1,5-2mL/kg/min nas enfermarias em 2019.
Cânula nasal de alto fluxo na bronquiolite
Métodos: estudo retrospectivo conduzido em um hospital pediátrico urbano com crianças de 0 a 24 meses com diagnóstico de bronquiolite aguda tratada com CNAF. O desfecho primário foi a permanência na UTI. Os desfechos secundários incluíram transferências de UTI, número de respostas rápidas e códigos, permanência do departamento de emergência e permanência geral do hospital.
Resultados
703 prontuários eletrônicos de crianças com idades entre 0-24 meses com diagnóstico de bronquiolite dentro dos dois períodos de tempo foram revisados para elegibilidade. 64 pacientes foram incluídos na análise final. Não houve diferença estatística na porcentagem de pacientes iniciados em CNAF (13,8% vs 16,5%) e nenhuma variação demográfica significativa entre os grupos de estudo.
Quando comparado ao grupo pré-protocolo, o grupo de protocolo demonstrou menor tempo de permanência na UTI (28,7 horas vs 78,8 horas, respectivamente, p <0,001) e o tempo de internação hospitalar também reduziu (74,2 horas vs 98,6 horas, p = 0,009). Houve também menos pacientes tratados na UTI (60% vs 100%, p <0,001), com menos pacientes necessitando de transferência para a UTI das enfermarias pediátricas gerais (23,8% vs 100%, p <0,004) no grupo estudado.
Conclusão
A implementação de um protocolo CNAF “aprimorado” nas enfermarias reduziu o tempo de permanência e a utilização de recursos na UTI, sem um aumento de eventos adversos graves em crianças de 0 a 24 meses com bronquiolite.
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