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Infectologia25 dezembro 2024

Retrospectiva 2024: o que foi destaque na infectologia? 

Neste final de ano, o Portal Afya traz uma lista dos principais destaques de infectologia abordados em 2024. Confira!

O ano de 2024 trouxe momentos e descobertas importantes na área da Infectologia. Por um lado, tivemos doenças emergentes e reemergentes ganhando destaque. Por outro, novos medicamentos foram incorporados ao sistema público brasileiro e resultados de estudos que abrem caminho para novas perspectivas na área de infectologia. 

Retrospectiva 2024: o que foi destaque na infectologia? 

Confira agora os destaques da Infectologia em 2024: 

Incorporação de novos medicamentos 

Durante o ano, novos medicamentos passaram a estar disponíveis para uso no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Os primeiros são os antifúngicos voriconazol, isavuconazol e anidalafungina. Liberados para o tratamento de aspergilose invasiva, mucormicose e candidíase invasiva, respectivamente, a incorporação desses medicamentos é importante devido ao seu papel terapêutico em doenças que, normalmente, estão associadas à alta letalidade. 

Outro importante medicamento que agora se torna uma opção para SUS é o fostemsavir, usado para o tratamento da infecção pelo HIV. O fostemsavir é um antirretroviral da classe dos inibidores de fusão cujo sítio de ação é a glicoproteína 120 (gp120) e está aprovado para uso em infecções por cepas multirresistentes de HIV-1. 

Com sua disponibilidade no SUS, pacientes com poucas opções terapêuticas passam a ter, dentro de alguns critérios, mais uma possibilidade eficaz para poder compor o esquema antirretroviral e buscar o controle da infecção. 

Doenças emergentes e reemergentes 

Fatores como as alterações climáticas, características dos processos de urbanização e cobertura vacinal inadequada levaram tanto ao aumento significativo do número de casos de algumas doenças endêmicas, levando a situações de surtos de grandes proporções, e de outras doenças que eram consideradas controladas. 

É o caso da dengue, que no ano de 2024 apresentou o maior número de casos na série histórica até então. Embora não haja novas recomendações para o tratamento da doença, uma nova opção de vacina tornou-se disponível no SUS, podendo ser uma opção para controle de surtos futuros. 

Outras doenças tendem a se tornar mais comuns devido a condições climáticas específicas, com eventos extremos favorecendo a ocorrência de surtos. Um exemplo é a leptospirose, doença infecciosa muito relacionada com ocorrência de enchentes. O reconhecimento, diagnóstico e tratamento precoces, com medidas de suporte adequadas, são essenciais para diminuir o risco de evolução para óbito. 

Outras doenças, antes consideradas controladas, ressurgiram ao longo do ano, acendendo um alerta para os profissionais de saúde. Os casos de coqueluche, uma doença imunoprevenível, aumentaram de forma significativa em diversas regiões do país. Causada pela bactéria Bordetella pertussis, caracteriza-se por uma alta transmissibilidade e pode levar a casos graves, especialmente em crianças. As vacinas dTp e dTpa fornecem proteção contra a doença e estão disponíveis no SUS dentro do calendário vacinal infantil do PNI, sendo a última também recomendada em gestantes. 

Ao mesmo tempo, a Febre de Oropouche, antes pouco conhecida, ganhou destaque por sua nacionalização. À medida que o número de casos identificados aumenta, casos até então atípicos e mesmo inéditos vem sendo observados. Assim, foram registrados os primeiros casos de óbitos por Febre de Oropouche e evidências sugerem a possibilidade de infecção congênita. 

Perspectivas futuras na área de Infectologia

Duas notícias animadoras foram anunciadas na 25ª Conferência Internacional de Aids, da International AIDS Society (IAS 2024). A primeira foi o relato de mais um caso de cura de infecção pelo HIV. Apesar de uma opção terapêutica que possa ser aplicada em larga escala ainda não estar no horizonte, o caso apresentado demonstra, mais uma vez, que alcançar a cura é possível e pode indicar o caminho para que seja reproduzida em outros contextos. 

A segunda notícia foram os resultados do grande estudo com lenacapavir como profilaxia pré-exposição (PrEP) em mulheres cisgênero. O grande destaque desse estudo é que, entre as participantes que receberam lenacapavir, não foi registrada nenhuma infecção pelo HIV. Destaca-se que as opões de PrEP vigentes até o momento apresentaram efetividade limitada na população de mulheres cisgênero. Nesse cenário, a alta eficácia do lenacapavir nesse estudo indica a possibilidade de uma estratégia de prevenção eficaz também nessa população. 

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