Saúde21 março 2024
Ministério da Saúde incorpora teste inovador para detecção do HPV
Nova tecnologia vai acelerar a detecção do câncer do colo do útero, considerada hoje uma das formas mais incidentes da doença.
Reduzir o número de mortes por câncer de colo de útero na população brasileira é uma das maiores prioridades para o Ministério da Saúde. A pasta acaba de incorporar ao SUS uma tecnologia de testagem molecular para detectar precocemente o vírus HPV, possibilitando diagnósticos mais rápidos e precisos do câncer do colo do útero.
“O câncer de colo de útero tem causa conhecida e ainda atinge muitas pessoas, principalmente, aquelas em situação de vulnerabilidade. Esse aumento na precisão, na eficiência e no intervalo do rastreamento é um grande ganho”, afirmou Carlos Gadelha, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
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O rastreio do HPV é feito, atualmente, por meio do exame conhecido como Papanicolau, que deve ser feito a cada três anos, e, em caso de detecção de lesões, repetido anualmente. Com a testagem proposta pela tecnologia incorporada, o exame deverá ser feito somente a cada cinco anos.
Índice de letalidade
Cerca de 17 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de óbito pela doença em pessoas com útero — principalmente negras, pobres e com baixos níveis de educação formal. Ao contrário de outras formas de câncer, a origem da doença em questão é identificável: vírus do papiloma humano, uma das ISTs mais comuns em todo o mundo. Mesmo que as medidas preventivas sejam relativamente acessíveis, como a vacinação disponível na rede pública, uso de preservativos e exames de rastreamento para detecção precoce, o câncer de colo de útero continua sendo uma das principais causas de mortalidade entre pessoas com útero em idade reprodutiva no Brasil.Testagem
A testagem é considerada o padrão-ouro para detecção do câncer e integra as estratégias para eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Sua incorporação ao SUS foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a já ofertada na rede. Em comunicado oficial sobre a publicação da Portaria SECTICS/MS nº 3, de 7 de março de 2024, a pasta relembrou o investimento de R$ 18 milhões em um projeto piloto realizado em Pernambuco, ao longo de 2023. *Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.Anúncio
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