Confira as principais diretrizes do ano em cardiologia
A área da cardiologia é bastante ampla e teve grande desenvolvimento nos últimos anos, tanto pela tecnologia, que permite realização de exames diagnósticos e tratamentos intervencionistas cada vez mais complexos, quanto pelo desenvolvimento de novas medicações que revolucionaram o tratamento de algumas doenças.
Assim, é constante a necessidade de atualização e uma das formas de manter o médico atualizado de forma rápida e sistemática, é pela elaboração de diretrizes, que permitem uma visão geral da doença e seu tratamento.
Este ano já tivemos algumas diretrizes interessantes publicadas, como a de Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida (ICFER), a de Miocardiopatia Hipertrófica e a de Doença Arterial Periférica de Membros Inferiores.
As diretrizes de cardiologia
A de ICFER nos relembrou das principais definições da doença e enfocou no seu tratamento medicamentoso. O inibidor da neprilisina e receptor de angiotensina II (INRA), o inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) constituem um dos pilares do tratamento. As outras três classes de medicação que também devem ser prescritas pois também reduzem mortalidades são os betabloqueadores (metoprolol, carvedilol ou bisoprolol), os antagonistas mineralocorticoides (ARM) e os inibidores do SGLT2.
Essa diretriz enfatiza a importância das quatro classes de medicação associadas, que têm efeito agregado no aumento de sobrevida e redução de internações e dá dicas do ponto de vista prático para conseguir iniciá-las, alcançar a dose preconizada e melhorar a aderência dos pacientes. Orienta também sobre quando e como fazer reavaliação dos pacientes e comenta sobre outros tipos de tratamento, como a intervenção percutânea nos casos de insuficiência valvar mitral.
Miocardiopatia hipertrófica
A diretriz de miocardiopatia hipertrófica, a cardiopatia genética mais prevalente, trouxe informações sobre a história natural da doença e quadro clínico, como realizar o diagnóstico com exames complementares, como ecocardiograma, ressonância cardíaca e orientações sobre o estudo genéticos desses pacientes.
Ainda, traz orientações sobre a indicação do tratamento medicamentoso e informações sobre quando utilizar o mavacanteno, uma nova medicação, inibidor seletivo da ATPase da miosina cardíaca, que reduz a contratilidade cardíaca e o gradiente de pressão da via de saída do ventrículo esquerdo.
Além disso, há uma sessão importantíssima sobre como realizada a estratificação de risco de morte súbita e quando indicar o cardiodesfibrilador implantável para esses pacientes.
Doença arterial periférica
A diretriz de doença arterial periférica traz informações bastante relevantes para os cardiologistas, já que frequentemente pacientes com doença coronária aterosclerótica tem também doença arterial periférica.
Nela encontramos a definição da doença, tanto na sua forma sintomática quanto assintomática, crônica e aguda e quais são os testes diagnósticos necessários para a confirmação da doença e sua gravidade.
Além disso, há recomendações sobre como realizar o tratamento e indicação de antiagregantes plaquetários (em mono ou dupla terapia), anticoagulantes, como a rivaroxabana em baixas doses, hipolipemiantes, anti-hipertensivos, cessação de tabagismo e controle do diabetes. Para o controle de sintomas destaca-se o Cilostazol e a realização de exercícios supervisionados.
A indicação de revascularização percutânea ou aberta também tem indicações especificas e deve ser avaliada caso a caso, a depender da apresentação clínica e da anatomia do paciente.
ESC 2024
No congresso da European Society of Cardiology (ESC 2024) tivemos a publicação de outras quatro diretrizes:
O time de cardiologistas do Portal Afya acompanhou todos os destaques do congresso. Confira!
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