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Entre 2008 e 2013 observou-se que o número de hospitalizações por asma diminuiu, mas o tempo de internação se manteve estável e a mortalidade intra-hospitalar aumentou. Esses dados indicam que um maior número de pacientes mais graves está sendo internado, e muitos desses são casos de difícil reversão.
Como proceder diante de um paciente com crise de asma? O que se espera de uma boa resposta? Como evitar a intubação orotraqueal (IOT)? Esse foi o tema da palestra “Asma Grave”, com moderação de Filadelfia Passos Rodrigues Martins:
1) Detectar a gravidade da asma
O primeiro passo diante de um paciente com crise asmática é identificar sinais (pitfalls), manifestações que indicam que o doente provavelmente evoluirá desfavoravelmente, como, por exemplo, o uso de musculatura acessória.
Quem tem o maior risco?
Os pacientes em maior risco são aqueles que se apresentam sonolentos, agitados ou com tórax silencioso, que é o doente que deixa de sibilar. Quando o sibilo, principal manifestação da asma (decorrente do broncoespasmo), desaparece, é um sinal de que o paciente está deteriorando.
2) Tratamento
A partir da detecção de gravidade, deve-se inciar o tratamento imediatamente:
– Beta-agonista de curta duração (inalatório, de preferência) com a dose recomendada de 4 a 8 jatos a cada 20 minutos durante a primeira hora de tratamento, ou uma nebulização contínua com soro fisiológico e beta-agonista de curta, além do suporte de oxigênio direto.
– Associado ao tratamento beta-agonista, o mais recomendado é iniciar imediatamente a corticoidoterapia sistêmica em uma posologia equivalente a 1 mg/kg/dia de prednisona ou prednisolona.
– Após a primeira hora, o tratamento continua com o beta-agonista de curta, agora em 4 a 10 jatos a cada 4 a 6 horas, e deve-se iniciar o ipratrópio inalatório, que vai atuar como um tratamento adjuvante na asma grave.
Aminofilina, sulfato de magnésio e ventilação não invasiva (VNI)
A aminofilina é muitas vezes utilizada, mas não há nenhum estudo que mostre um benefício real e seu uso é bastante contraditório. O sulfato de magnésio, que também é utilizado em algumas situações, é recomendado apenas nos casos refratários.
Ainda não se sabe o real benefício da VNI e não há uma recomendação formal. O profissional deve atentar-se para o fato de que a VNI não pode postergar a IOT.
Take-home message!
A mensagem final da palestra destaca o mais fundamental após a reversão do estado de crise asmática: o paciente deve ter um plano de ação prescrito para o pós-crise. O médico deve passar um plano de ação ao paciente para otimização terapêutica e para impedir novas crises.
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