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Medicina de Emergência16 novembro 2021

AHA 2021: epinefrina deve ser administrada mais precocemente na PCR em ritmo chocável?

Um trabalho apresentado no congresso de ressuscitação cardiovascular, simultaneamente ao AHA 2021, comparou administração precoce e tardia de epinefrina em atendimentos de pacientes com PCR extra-hospitalar.

Durante o atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR) em ritmos chocáveis (fribrilação ventricular ou taquicardia ventricular), epinefrina geralmente é administrada após a segunda desfibrilação, porém ainda há dúvidas de qual seria o tempo ideal para sua administração.

Esta semana foi apresentado um trabalho no congresso de ressuscitação cardiovascular, que ocorreu simultaneamente ao congresso da American Heart Association (AHA 2021), que comparou administração precoce e tardia de epinefrina em atendimentos de pacientes com PCR extra-hospitalar.

médicos realizando PCR extra-hospitalar com epinefrina

Epinefrina na PCR

Foi estudo retrospectivo que analisou dados de pacientes com PCR extra-hospitalar em ritmos chocáveis de 2011 a 2015. Foram feitas análises para avaliar associação entre o intervalo de tempo entre a administração da epinefrina e retorno da circulação espontânea (RCE) extra-hospitalar, alta hospitalar e alta com desfecho neurológico favorável, avaliado pela escala de Rankin.

Resultados

Foram incluídos 6.416 pacientes com idade média de 64 anos e 80% era do sexo masculino. Do total de pacientes 80% teve RCE, 19% recebeu alta e 16% recebeu alta com desfecho neurológico favorável. A epinefrina foi administrada em até quatro minutos após a primeira desfibrilação em 35% dos pacientes.

Após ajustes para possíveis confundidores foi observada redução de 5% de chance de RCE a cada minuto, de 9% de chance de alta hospitalar a cada minuto e de 8% de chance de alta com desfecho neurológico favorável por minuto de atraso na administração de epinefrina.

Comparando a administração tardia com a administração em até quatro minutos, houve redução de aproximadamente 50% de RCE (OR=0.58, 95%CI 0.51-0.68; p<0.001), alta hospitalar (OR=0.50, 95%CI 0.43-0.58; p<0.001) e desfecho neurológico favorável (OR=0.51, 95%CI 0.43-0.59; p<0.001) na administração tardia.

Conclusão

Neste estudo, houve benefício da administração mais precoce de epinefrina nos desfechos analisados, o que foi mantido na análise dos subgrupos PCR presenciada ou não, tempo para atendimento pelo sistema médico de emergência e dose total da epinefrina. Isso reforça a importância da administração precoce da epinefrina no atendimento da PCR, o que já é realizado na nossa prática diária.

Mais do AHA 2021:

Referência bibliográfica:

  • RO7 – Early Compared to Late Administration of Epinephrine in Adults With Shockable Initial Rhythm Out-of-Hospital Cardiac Arrest. AHA Scientific Sessions 2021.

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