Em apresentação durante o ATS 2022, os painelistas discutiram sobre as novas diretrizes para pesquisa de agentes virais além da influenza em pneumonia adquirida na comunidade. A discussão foi baseada na seguinte pergunta:
Em pacientes com pneumonia adquirida na comunidade (PAC), devemos realizar testes para outros vírus que não influenza?
A PAC é uma doença heterogênea causada por uma ampla variedade de patógenos respiratórios. Há crescente reconhecimento de que os vírus são agentes causadores frequentes de PAC. Dada a importância etiológica e contribuições para o surgimento de PAC por vírus não influenza e a expansão da disponibilidade comercial de testes esse tema ganha importância na prática diária. A pesquisa para SARS-Cov-2 e a pandemia de covid-19 não entraram no foram consideradas no escopo da revisão.
Recomendação 1: Em pacientes ambulatoriais com suspeita de PAC, não se deve realizar testes de rotina baseados em ácido nucléico de amostras respiratórias para patógenos virais além da influenza (recomendação condicional, nível de evidência muito baixo).
Recomendação 2: Em pacientes hospitalizados com suspeita de PAC, sugerimos teste baseado em ácido nucléico de amostras respiratórias para patógenos virais que não sejam influenza apenas em pacientes que atendem a um dos as seguintes condições (recomendação condicional, qualidade muito baixa de evidência):
- Pacientes com PAC grave (um critério maior – sepse ou necessidade de vasopressores ou necessidade de ventilação mecânica – ou três menores);
- Pacientes imunossuprimidos;
Os testes atualmente disponíveis são RT-PCR em tempo real, hibridização de DNA competitivo de microarray multiplex, amplificação isotérmica de ácido nucleico, RT-PCR seguido por hibridização de microarray, entre outros e a maioria deles é aprovada para coleta como swab nasal.
Em vias de tratamento antiviral, alguns pacientes possuem benefício em recebê-lo, o que justifica sua pesquisa em pacientes de alto risco.
Mensagens práticas
- Na vigência da pandemia de covid-19, a pesquisa em casos graves é obrigatória, junto com os demais vírus, se disponíveis;
- No Brasil, as principais técnicas disponíveis em hospitais e laboratórios são os PCRs multiplex em tempo real;
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