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Clínica Médica17 maio 2022

ATS 2022: uso de albuterol-budesonida combinado como terapia de resgate na asma

Um novo estudo, apresentado e publicado no ATS 2022, avaliou o uso de uma combinação de albuterol e budesonida em comparação com albuterol.

A asma é uma doença crônica e inflamatória das vias aéreas. À medida que os sintomas da asma pioram, os pacientes geralmente dependem da terapia de resgate com β2-agonista de curta ação (SABA), que não tratam o agravamento da inflamação, o que deixa os pacientes em risco de exacerbações graves da asma.

O uso de uma combinação de dose fixa de albuterol e budesonida, em comparação com albuterol sozinho, como medicação de resgate pode reduzir o risco de exacerbação grave da asma, baseada em estudos prévios envolvendo a combinação formoterol e budesonida. No congresso da American Thoracic Society (ATS 2022), em San Francisco, o professor Alberto Papi, apresentou os resultados de seu estudo publicado no NEJM durante o evento.

terapia para asma

Terapia para asma

Foi um estudo multicêntrico, fase 3, duplo-cego, randomizado e orientado a eventos para avaliar a eficácia e segurança do albuterol-budesonida, em comparação com o albuterol sozinho, como medicação de resgate em pacientes com asma moderada a grave não controlada que foram recebendo terapias de manutenção contendo glicocorticoides inalatórios, que foram continuadas durante todo o estudo.

Adultos e adolescentes (≥12 anos de idade) foram aleatoriamente designados para um dos três grupos de estudo: uma combinação de dose fixa de 180 μg de albuterol e 160 μg de budesonida, uma combinação de dose fixa de 180 μg de albuterol e 80 μg de budesonida, ou 180 μg de albuterol. O desfecho primário de eficácia foi o primeiro evento de exacerbação grave da asma em uma análise de tempo até o evento, que foi realizada na população com intenção de tratar.

Resultados

Um total de 3.132 pacientes foram randomizados, dos quais 97% tinham 12 anos ou mais. O risco de exacerbação grave da asma foi significativamente menor, em 26%, no grupo de combinação de dose mais alta do que no grupo de albuterol sozinho (taxa de risco, 0,74; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,62 a 0,89; P = 0,001). A incidência de eventos adversos foi semelhante nos três grupos de estudo.

O estudo compreende o conceito de terapia de manutenção e resgate no mesmo dispositivo, evitando o uso isolado do SABA, sabidamente deletério e com aumento do risco de exacerbação grave da doença quanto maior seu uso. A partir dos resultados apresentados, novos caminhos se abrem para novas drogas atuando no controle e redução das exacerbações da doença.

Mensagens práticas

  • No Brasil, a forma similiar ao albuterol é o salbutamol e pode ser utilizada como alternativa ao tratamento.
  • O uso isolado de SABA é proscrito na asma, devendo sempre ser acompanhado com a manutenção de algum corticoide inalatório. Mesmo pacientes com asma leve podem ter exacerbações graves a depender da quantidade de doses de SABA utilizadas no seguimento.
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