A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) possui como principal fator de risco o tabagismo. Já se sabe que quanto maior a carga tabágica maior a chance de desenvolvimento do DPOC. Em estudo recém publicado, os autores avaliaram o impacto do rastreio do DPOC com espirometria em pacientes fumantes.
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Metodologia
A US Preventive Service Task Force (USPSTF), órgão do governo americano responsável por recomendações na área da saúde, reafirmou sua indicação de não rastrear DPOC em pacientes tabagistas que sejam assintomáticos respiratórios (nível de evidência D). No documento, eles reforçam a indicação que já existia desde 2016, e que não se aplica a indivíduos de alto risco para DPOC como portadores de deficiência de alfa-1-antitripsina, trabalhadores expostos a substâncias potencialmente tóxicas, e pessoas com sintomas como tosse crônica, secreção, dispneia ou sibilância. A USPSTF ainda reafirma a necessidade de programas de cessação de tabagismo, tendo em vista a irreversibilidade da perda functional do DPOC, o impacto na qualidade de vida e a mortalidade.
A recomendação foi baseada em grandes metanálises recentes envolvendo tratamento e screening do DPOC. Cerca de 6% da população americana possui a doença, sendo responsável pela sexta maior causa de óbito no país. A mortalidade vem se reduzindo ao longo dos anos graças a melhoria do tratamento.
Recomendação
Não rastrear DPOC com questionários ou espirometria em pacientes que não apresentem sintomas respiratórios (GRADE: D).
Mensagens práticas:
- O DPOC deve ser avaliado em pacientes com fatores de risco para a doença e sintomas compatíveis;
- Questionário de sintomas, espirometria com prova broncodilatadora e tomografia de tórax podem ser úteis na avaliação;
- O Brasil não possui programas de rastreio de DPOC, sendo os programas de cessação de tabagismo a principal intervenção a longo prazo para melhorar o prognóstico da doença.
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