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Ortopedia21 agosto 2024

Enxertos alógenos osteocondrais e tratamento da instabilidade do ombro

Estudo demonstra resultados referidos pelos pacientes adultos com instabilidade de ombro, tratados com enxertos alógenos osteocondrais.

O prognóstico das cirurgias de tratamento de instabilidade do ombro depende muito do tamanho da falha óssea, tanto se tratando do defeito na glenóide quanto nos defeitos umerais (lesão de Hill-Sachs). São inúmeros os procedimentos que se destinam a tratar a instabilidade do ombro e a maneira como o defeito ósseo é preenchido também varia bastante, podendo ser o enxerto retirado da crista ilíaca, processo coracoide ou de banco de tecidos (enxerto alógeno). 

Recentemente, o uso dos enxertos alógenos osteocondrais vem ganhando força por poder restaurar o defeito ósseo e cartilaginoso além de gerar menor morbidade ao paciente. Foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de avaliar criticamente a eficácia e a segurança do transplante osteocondral no tratamento da instabilidade do ombro devido a defeitos glenoidais e umerais, com foco nos resultados relatados pelo paciente, complicações e evidências radiológicas. 

 

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O ESTUDO

O estudo foi uma revisão sistemática com pesquisa nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science e Scopus até 2023. Foram incluídos pacientes adultos com instabilidade de ombro tratados com enxertos alógenos osteocondrais e estudos que demonstravam resultados referidos pelos pacientes, complicações, estabilidade pós-operatória e alterações radiológicas. Foram excluídos quaisquer pacientes que apresentassem fraturas primárias do ombro, osteoartrite primária do ombro ou qualquer malignidade que afete a cintura escapular. 

Uma meta-análise de resultados primários em 17 estudos revelou uma taxa de luxação de 5,1% e um aumento nas taxas de reoperação de 9,3% para 13,7% após o ajuste de viés de publicação. Houve também um aumento notável na conversão para artroplastia total do ombro e incidência de osteoartrite/osteonecrose em períodos de acompanhamento mais longos.  

Os resultados relatados pelos pacientes e os testes funcionais geralmente mostraram melhora, embora com variabilidade notável entre os estudos. Uma observação preocupante foi a presença consistente de reabsorção do aloenxerto, com taxas variando de 33% a 80%. Estudos comparativos destacaram eficácia semelhante entre os aloenxertos tibiais distais e os procedimentos de Latarjet na maioria dos aspectos, com algumas diferenças em testes específicos. 

 

CONCLUSÃO 

O transplante osteocondral alógeno apresenta uma opção de tratamento promissora para instabilidade do ombro, com bons resultados relatados.  Mesmo assim, são necessárias pesquisas de alta qualidade e de longo prazo para entender melhor o perfil de eficácia do procedimento. 

 

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Referências bibliográficas

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