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Ortopedia8 julho 2024

Desemprego e rendimento financeiro em pacientes com lesões cervicais de medula 

Estudo avaliou as consequências de lesões da medula espinhal cervical sobre o desemprego e queda da renda dos pacientes

As lesões traumáticas da medula espinhal cervical acontecem mais comumente em adultos jovens e pode ocasionar disfunção extrema com perda da capacidade laborativa e, por consequência, perda da capacidade de ser independente financeiramente pelo resto da vida. Além disso, tal fato está associado a indiretamente a piora na confiança e qualidade de vida levando a distúrbios da saúde mental.  

Inúmeros estudos demonstraram a redução da capacidade de trabalho e aumento de dependência de seguros de previdência nacional após lesões da medula espinhal cervical, entretanto não há uma estimativa quantitativa desse aumento de desemprego e queda da renda nesses pacientes. Diante disso, foi publicado no último mês no Journal of the American Medical Association (JAMA) um estudo com o objetivo de avaliar essa questão em uma coorte nacional.  

Desemprego e rendimento financeiro em pacientes com lesões cervicais de medula 

Imagem de kjpargeter/freepik

O estudo  

O estudo foi de coorte na população canadense, onde o serviço público de saúde arca com todos os custos dos pacientes com análise de uma base de dados nacional. Foram selecionados adultos entre 18 e 64 anos hospitalizados por lesão traumática da coluna cervical. A idade limite serviu para evitar fatores de confundimento com aposentadoria.   

A coorte lesionada foi comparada com um grupo comparativo (construído por amostragem dos lesionados) baseado em idade, sexo, estado civil, província de residência, status de trabalho autônomo, rendimentos e situação de emprego no ano anterior à lesão. O desfecho primário foi a mudança nos rendimentos anuais individuais até 5 anos após a lesão enquanto o secundário foi a mudança no status de emprego até 5 anos após a lesão.  

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Um total de 1.630 pacientes com lesão cervical da medula espinhal (idade média [DP], 47 [13] anos; 1.304 homens [80,0%]) foram pareados com pacientes em um grupo comparativo pré-lesão (reamostrados dos mesmos 1.630 pacientes no grupo lesionado). A média (DP) dos rendimentos salariais anteriores à lesão foi de CAD $ 46.000 ($ 48.252). O declínio anual nos rendimentos individuais foi de CAD $ 20.275 (IC de 95%, -$ 24.455 a -$ 16.095) no primeiro ano após lesão e CAD $ 20.348 (IC 95%, −$ 24.710 a −$ 15.985) no quinto ano após a lesão.   

Cinco anos depois da lesão, 52% dos indivíduos que sofreram uma lesão estavam trabalhando em comparação com 79% dos indivíduos no grupo de comparação pré-lesão. Os sobreviventes dessas lesões tiveram uma diminuição no emprego de 17,1 pontos percentuais (IC95%, 14,5 a 19,7 pontos percentuais) no primeiro ano após a lesão e 17,8 pontos percentuais (14,5 para 21,1 pontos percentuais) no quinto ano após a lesão.  

Conclusão  

O estudo foi capaz de associar quantitativamente às lesões cervicais da medula espinhal um declínio nos rendimentos e emprego até 5 anos após a lesão para adultos entre 18 a 64 anos na população canadense.

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