A discoplastia percutânea com cimento na doença degenerativa lombar
A doença degenerativa da coluna lombar é uma das principais causas de lombalgia em idosos, com eventual ruptura do ânulo fibroso do disco intervertebral, levando à compressão de raízes nervosas. Após falha do tratamento conservador, o tratamento cirúrgico pode ser realizado, porém apresenta alta morbidade, principalmente na população mais velha.
O ESTUDO
As técnicas percutâneas ou menos invasivas apresentam um risco menor de complicações e reduzem o tempo de internação. Recentemente, a técnica percutânea de discoplastia com cimento vem sendo utilizada com bons resultados na melhora da dor e função dos pacientes com essa patologia. Devido a isso, foi publicado no último mês na revista “Medicine” um estudo com o objetivo de revisar a literatura sobre discoplastia percutânea com cimento, conduzir uma revisão sistemática e meta-análise e estabelecer o efeito de medidas de intervenção para avaliar a eficácia clínica do procedimento.
A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Web of Science, MEDLINE, Google Scholar, China National Knowledge Infrastructure, China Biology Medicine Disc e Medical Knowledge Network Citation de 2015 a 2023. Foram incluídos estudos de mais de 5 casos com pacientes diagnosticados com artrose de coluna lombar (>18 anos) e submetidos a discoplastia com cimento. Os estudos foram excluídos se estivessem duplicados, se a discoplastia foi usada para tratar outra doença ou se os dados não estavam claros.
Veja mais: Qual é o melhor tratamento para fraturas osteoporóticas vertebrais em idosos? – Portal Afya
Foram incluídos 10 artigos retrospectivos somando 359 pacientes, sendo 171 homens (47,63%) e 180 mulheres (52,37%), com idade média de 73,09 ± 2,74 anos. A pontuação de qualidade metodológica dos 10 estudos variou de 7 a 11. A revisão descobriu que as pontuações da Escala Visual Analógica em 1 dia (diferença média [DM]: 3,48; intervalo de confiança [IC] de 95%: 3,04, 3,93; I2 = 0%), 3 a 6 meses (DM: 4,05; IC de 95%: 3,53, 4,56; I2 = 65%) e 12 a 24 meses (DM: 4,00; IC de 95%: 3,53, 4,47; I2 = 45%) após a operação foram significativamente diferentes daquelas antes da cirurgia.
Enquanto isso, o Índice de Incapacidade de Oswestry em 1 dia (MD: 42,67; IC de 95%: 36,78, 48,57; I2 = 76%), 3 a 6 meses (MD: 42,64; IC de 95%: 34,44, 50,83; I2 = 91%) e 12 a 24 meses (MD: 49,22; IC de 95%: 42,23, 56,22; I2 = 83%) após a cirurgia ainda eram significativamente diferentes daqueles antes da operação. Os resultados com alta heterogeneidade (I2>50%) foram analisados em subgrupos e ainda assim tiveram diferenças estatísticas significativas.
CONCLUSÃO
O estudo concluiu que a discoplastia com cimento pode ser usada nos casos de doença degenerativa da coluna lombar em idosos melhorando a dor e disfunção. Na nossa prática, é uma opção após a tentativa do tratamento conservador.
Leia também em Ortopedia
Manifestaçōes ortopédicas da síndrome tricorrinofalangiana – Portal Afya
Fraturas do rádio distal: placa volar bloqueada ou imobilização gessada? – Portal Afya
Condução de lesões do ligamento colateral ulnar da metacarpofalangeana do polegar – Portal Afya
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.