Condução de lesões do ligamento colateral ulnar da metacarpofalangeana do polegar
As lesões do ligamento colateral ulnar (LCU) da articulação metacarpofalangeana (MCF) do polegar tem uma frequência de 5 a cada 10 mil atendimentos na emergência ortopédica e pode levar à dor e disfunção momentânea e até persistente em uma parcela de casos. As lesões podem ser parciais, totais ou até evoluir com uma interposição da aponeurose adutora que define a lesão de Stener.
A maneira de conduzir os casos dessa patologia varia muito entre os centros desde os exames de imagem para diagnóstico até a forma de tratamento. Visto isso, foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de responder questionamentos frequentes frente ao tema como: quais fatores influenciam a decisão de operar uma lesão do LCU; qual é o papel da imagem; qual é o número aproximado de operações por ano e como a cirurgia é feita; como os pacientes são imobilizados e reabilitados; e se há potencial para um futuro ensaio clínico.
O ESTUDO
O estudo foi transversal, multicêntrico em hospitais do Reino Unido e baseado em entrevistas realizadas entre junho de 2022 e setembro de 2023. A pesquisa incluiu seções sobre o papel na equipe do entrevistado, exame clínico, fatores que influenciam a cirurgia, a natureza da cirurgia e tratamento não cirúrgico, bem como o potencial para um ensaio clínico nessa área.
Um total de 37 centros participaram, sendo 9 especializados em cirurgia da mão e 28 hospitais gerais. Houve um total de 112 entrevistados (69 cirurgiões e 43 terapeutas de mãos). O principal fator para indicar a cirurgia foi a falta de “end-point” firme no estresse da articulação metacarpofalângica em extensão total ou em 30° de flexão. Vale ressaltar que, 46% por cento dos cirurgiões usaram rotineiramente imagens adicionais, dentre radiografias, ultrassonografia e ressonância magnética, enquanto 54% não.
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RESULTADOS
A opção mais comum para reconstrução de uma avulsão aguda do ligamento foi o uso de âncora (97%, n = 67), com a sutura transóssea sendo usada por apenas 3% (n = 2) dos cirurgiōes. O tempo mais comum de imobilização nos pacientes tratados conservadoramente foi de 6 semanas (58%, n = 65), seguido por 4 semanas (30%, n = 34). Porém, a maioria dos cirurgiões (87%, n = 60) e terapeutas de mão (95%, n = 41) consideraria a possibilidade de randomizar pacientes com rupturas completas do LCU em um futuro ensaio clínico.
CONCLUSÃO
O estudo concluiu que o manejo das lesões do LCU da MCF do polegar é bem variado levando-se em conta os hospitais britânicos. Na nossa realidade encaramos um cenário parecido, sendo essas lesões desafiadoras e há espaço para mais estudo nessa área afim de definir o melhor tratamento baseado em evidências.
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