Quadros de rinossinusite aguda são comuns na prática clínica, tanto em crianças quanto em adultos, sendo caracterizados pela inflamação dos seios da face. Embora normalmente autolimitada, essa condição pode causar importante desconforto e evoluir para complicações.
Acompanhe os principais aspectos em relação ao diagnóstico e manejo dos quadros de rinossinusite aguda.
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Quadro clínico
Os principais sinais e sintomas que acompanham quadros de rinossinusite aguda incluem secreção nasal purulenta, que pode ou não estar acompanhada de obstrução nasal ou dor de cabeça ou sensação de pressão na face. Redução ou perda de olfato, tosse, fadiga, febre, dor em arcada dentária, pressão auricular ou halitose também podem estar presentes.
Para a classificação de rinossinusite em aguda, os sintomas devem estar presentes por até 4 semanas. Quando a duração é de 4 a 12 semanas, o quadro é classificado como subaguda e, se exceder o período de 12 semanas, como crônica.
O diagnóstico é clínico, não necessitando da realização de exames de imagem. Esses são indicados na investigação de quadros persistentes ou recorrentes ou de algumas complicações.
Embora não existam sinais ou sintomas patognomônicos, algumas características sugerem etiologia bacteriana, tais como febre alta (> 39°C) com secreção nasal purulenta ou dor em face que duram mais de 4 dias consecutivos desde o início da doença, piora dos sintomas após melhora inicial e duração prolongada (> 10 dias).
O European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps (EPOS) de 2020 considera a presença de, pelo menos, 3 dos fatores seguintes como indicativos de infecção bacteriana: acometimento unilateral, febre ≥ 38°C, dor local intensa, piora de padrão após melhora inicial ou elevação de PCR e/ou VHS.
Complicações são raras, mas devem ser prontamente reconhecidas e tratadas, podendo incluir celulite pré-septal ou orbital, abcessos subperiosteais, abcessos orbitais, trombose de seio cavernoso, meningite ou empiema subdural.
Diagnósticos diferenciais
Entre os diagnósticos diferenciais, encontram-se outras condições infecciosas, mas também condições inflamatórias:
- Covid-19;
- Resfriado comum;
- Rinossinusite alérgica;
- Corpo estranho;
- Adenoidites;
- Anormalidades estruturais, como desvio de septo, pólipos nasais e neoplasias;
- Desordens da função ciliar, como discinesia ciliar primária ou fibrose cística.
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Conduta
O manejo de rinossinusite aguda é preponderantemente de suporte, com uso de sintomáticos. Lavagem nasal com solução salina isotônica é recomendada, assim como analgésicos comuns, se necessário.
Como a maioria dos quadros de rinossinusite tem origem viral, antibioticoterapia não está indicada na maior parte das vezes. Na suspeita de infecção bacteriana, para aqueles pacientes que estão em curva de melhora e que apresentem quadros não graves, uma conduta possível é manter observação clínica.
Caso ocorra indicação de prescrição de antibiótico, amoxicilina/clavulanato constitui-se como primeira escolha, com quinolonas respiratórias, como levofloxacino, sendo uma opção para indivíduos alérgicos a betalactâmicos.
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