Óbitos por VSR superam covid-19 em crianças pequenas
Boletim InfoGripe da Fiocruz, com dados correspondentes a semana Epidemiológica (SE) 16, de 14 a 20 de abril, apontou que, nas últimas oito semanas epidemiológicas, os óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) superou o número de mortes decorrentes de SRAG causada por infeção por SARS-CoV-2 em crianças de até dois anos de idade.
Óbitos
De acordo com o documento, o VSR já é o responsável por 57,8% do total de casos recentes de SRAG com identificação de vírus respiratório. Ademais, os óbitos, dentro do total, associados à influenza A, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, também se aproximam dos níveis relacionados com covid-19 (32% e 53,9% respectivamente).
Contudo, o SARS-CoV-2 continua a ser o grande responsável pela mortalidade por SRAG entre idosos. Além disso, analisando todas as populações analisadas, 80% dos óbitos por SRAG no ano estão ligados à infecção por covid-19.
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Prevalência de casos
Considerando os dados de 2024 para SRAG, foram 38.670 casos notificados com 17.562 apresentando resultado positivo para algum vírus respiratório (4.308 ainda aguardam resultado). Dentre os casos positivos, o percentual para cada vírus analisado ficou em:
- 38,9% SARS-CoV-2 (covid-19)
- 32,8% vírus sincicial respiratório
- 15,4% Influenza A
- 0,3% Influenza B
Entretando, utilizando o recorte das últimas quatro semanas epidemiológicas, nota-se uma presença muito maior da Influenza A e VSR, com uma diminuição significativa da participação do SARS-CoV-2:
- 57,8% vírus sincicial respiratório
- 23% Influenza A
- 10,7% SARS-CoV-2 (covid-19)
- 0,4% Influenza B
Tendências
A análise realizada pela Fiocruz indica que no curto prazo (3 semanas) os casos de SRAG devem permanecer estáveis, mas no longo prazo (6 semanas) deverá ocorrer um aumento em 23 das 27 unidades federativas (AC, AL, AM, BA, CE, DF, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, RN, RS, RJ, RO, SC, SE, SP e TO).
O documento aponta que isso se deve a circulação do VSR, Influenza A e rinovírus, que sustentam as notificações de SRAG mesmo com a queda dos números associados à covid-19, ainda que essa última ainda seja a responsável pela maioria dos óbitos (exceto em crianças pequenas).
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