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Infectologia9 janeiro 2025

Metapneumovírus (hMPV): o que devemos saber? 

O Metapneumovírus (hMPV) é um vírus com distribuição geográfica ampla e que afeta todas as idades.

Já no início de 2025, casos de infecções virais respiratórias voltam a chamar a atenção de autoridades sanitárias internacionais. Desde 2024, a China vem apresentando um aumento significativo no número de infecções por metapneumovírus humano (hMPV), principalmente entre crianças e adolescentes. 

Embora já previamente conhecido, há a preocupação de que o vírus tenha sofrido mutações que favoreçam a circulação viral, aumentando seu potencial epidêmico. 

Virologia 

O metapneumovírus humano (hMPV) é um vírus de RNA de fita simples, pertencente à família Pneumoviridae e ao gênero Metapneumovirus. De acordo com sua variabilidade genética, o hMV pode ser dividido em dois genótipos (A e B) e em cinco subgrupos com duas sublinhagens (A1, A2a, A2b, B1 e B2). As evidências sugerem que o hMPV é um primariamente um patógeno humano e não um vírus animal que pode eventualmente infectar pessoas. 

Epidemiologia 

O hMPV é um vírus com distribuição geográfica ampla e que afeta todas as idades. Estudos com sorologia sugerem infecção prévia praticamente universal até os 5 anos de idade. A doença causada pelo hMPV parece ser mais comum em crianças pequenas, com infecção primária em uma idade um pouco maior do que por vírus sincicial respiratório (VSR). 

Estima-se que o hMPV seja responsável por 2% a 3% de todas as infecções respiratórias sintomáticas nos primeiros 5 anos de vida entre crianças. Em relação a casos de infecção do trato respiratório inferior em crianças, está atrás apenas de VSR como agente etiológico mais comum, com frequências semelhantes às de Influenza e Parainfluenza. 

Em países de clima temperado, a circulação do hMPV ocorre predominantemente nos meses de inverno e primavera. Nos países do Hemisfério Sul, o vírus circula mais nos meses de verão. Nos subtrópicos, os picos ocorrem nos meses de primavera e verão. 

Quadro clínico 

Os sintomas de hMPV são semelhantes aos causados pelo VSR, podendo variar de infecção leve do trato respiratório superior a casos de bronquiolite e pneumonia grave. A maioria das infecções é sintomática. Fatores como idade e a presença de comorbidades podem influenciar na gravidade da doença. 

Em crianças, a sintomatologia mais frequente inclui febre, tosse, coriza, dor de garganta e rinorreia. Sibilos também são frequentes, ocorrendo de 22% a 83% dos casos. Nos menores de 3 anos, otite média aguda foi documentada em até 60% de crianças com infecção pelo vírus. Outros sintomas menos prevalentes incluem conjuntivite, faringite, laringite, rash maculopapular e diarreia. As alterações laboratoriais são inespecíficas, com aumento de transaminases e linfopenia. 

Já em adultos hígidos, o quadro clínico assemelha-se a um quadro gripal leve ou a um resfriado comum, podendo acontecer infecções assintomáticas. Quadros de síndrome de mononucleose também já foram descritos. Em indivíduos mais velhos, presença de sibilos e dispneia são mais comuns. Pessoas com condições cardiopulmonares têm maior risco de hospitalização e maior prevalência de febre e tosse. Pacientes com imunossupressão podem desenvolver doença grave e pneumonite, principalmente em receptores de transplante de células hematopoiéticas. 

Metapneumovirus (hMPV): o que devemos saber? 

Diagnóstico, tratamento e medidas de prevenção para Metapneumovírus (hMPV)

O diagnóstico etiológico pode ser feito por meio de técnicas moleculares, como PCR, que pode ser aplicada em amostras de swab nasal ou nasofaríngeo. Amostras de trato respiratório inferior também podem ser utilizadas. 

O tratamento é de suporte, com controle de sintomas. As medidas de prevenção são comuns a outras infecções respiratórias, com ênfase na correta higienização das mãos. Vacinas e antivirais não estão disponíveis. 

Situação epidemiológica atual 

Até o momento, os casos na China não configuram uma epidemia e a situação epidemiológica no país está sendo monitorada por autoridades locais e pela Organização Mundial de Saúde.

Saiba mais: Vírus respiratórios e a predição de infecções bacterianas graves

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