O primeiro caso humano de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) na Louisiana, Estados Unidos, resultou na morte do paciente, segundo informou o Departamento de Saúde local. O paciente, um homem com mais de 65 anos e condições médicas preexistentes, contraiu o vírus H5N1 após exposição a aves de um galinheiro doméstico não comercial e a aves silvestres.
Apesar da fatalidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou em 7 de janeiro que o risco de transmissão do H5N1 para a população geral permanece baixo. “O vírus não está se disseminando entre humanos, mas infectando aqueles que têm contato direto com aves ou gado”, explicou Margaret Harris, porta-voz da OMS.
Histórico
Desde abril de 2024, cerca de 70 casos de infecção pelo H5N1 foram registrados nos Estados Unidos, principalmente entre trabalhadores rurais expostos a aves contaminadas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
No caso da Louisiana, o CDC identificou alterações genéticas no vírus que infectou o paciente, sugerindo uma possível adaptação para atingir as vias aéreas superiores humanas. No entanto, essas mutações não estavam presentes nas aves com as quais o paciente teve contato, o que indica que elas podem ter surgido após a infecção.
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Globalmente, desde 2003, aproximadamente 900 casos humanos de gripe aviária foram registrados, com uma taxa de letalidade de cerca de 50%. Contudo, especialistas alertam que esse índice pode ser superestimado, já que infecções leves frequentemente não são notificadas.
Partículas de vírus H5N1. Imagem de CDC.Gripe aviária no Brasil
Em setembro de 2024, o Instituto Butantan fez a solicitação à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que se iniciem testes de uma vacina contra a gripe aviária em humanos.
Em 2023, o Ministério da Saúde brasileiro chegou a decretar emergência zoossanitária por um crescimento no número de casos de H5N1 em aves selvagens e registro de alguns casos suspeitos em humanos, mas que acabaram descartados.
Precaução
Embora o H5N1 possa causar doenças graves em humanos, a transmissão direta de aves para pessoas continua sendo um evento raro. As autoridades de saúde recomendam evitar contato com aves doentes ou mortas e assegurar que alimentos derivados de aves sejam bem cozidos antes do consumo.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya
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