Equimose e outras alterações dermatológicas
Dentre os subtipos dessas alterações destaca-se a equimose, que reflete extravasamentos de sangue decorrentes de um hematoma ou púrpura.
A semiologia dermatológica se expressa principalmente na inspeção, com o reconhecimento de alterações que ocorrem no tegumento, como as lesões por modificações da cor, denominadas máculas ou manchas. O reconhecimento dessas alterações é fundamental para o diagnóstico dermatológico, para a identificação de doenças sistêmicas e alterações mais graves dos pacientes.
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Podemos destacar as púrpuras, que decorrem de hemorragias dérmicas ou hipodérmicas, que levam a uma modificação da cor da pele com surgimento do tom avermelhado. As hemácias infiltradas no interstício são fagocitadas e se transformam em hemossiderina, formando a lesão elementar que denominamos púrpura, que se divide em quatro tipos:
- Petéquia: Lesão purpúrica puntiforme, em geral múltipla, que não some à digitopressão.
- Víbice: Lesão purpúrica linear, sempre de natureza traumática.
- Equimose: Lesão purpúrica em lençol, com dimensões maiores que as duas primeiras.
- Hematoma: é um termo usado nos casos de grandes coleções e associado ao abaulamento local, em geral de origem traumática.
Dentre os subtipos supracitados, destacam-se as equimoses, que refletem extravasamentos de sangue decorrentes de um hematoma ou púrpura. Podem ocorrer após trauma direto e também estarem associadas a distúrbios de coagulação e trombocitopenia.
Equimose: o que devo saber?
Durante o exame físico do paciente, a cor da pele pode influenciar a aparência de lesões cutâneas purpúricas, tendo em vista que a visibilidade da lesão pode ser diminuída em pacientes com fototipos mais altos. É importante, também, a avaliação do tipo da lesão, localização, extensão, além do estado geral do paciente e sintomas associados.
Os mecanismos causadores das lesões equimóticas podem ser classificados em: alterações na integridade vascular e desordens da homeostase.
Alterações da integridade vascular
O trauma é a etiologia mais comum e acomete principalmente as extremidades extensoras dos membros. Em crianças, as lesões equimóticas são importantes pois são os sinais mais comuns em um contexto de suspeita de abuso e violência infantil.
Outras causas, como a deficiência de vitamina C, denominada escorbuto, podem prejudicar a síntese do colágeno, afetando a integridade dos tecidos vasculares, resultando na equimose.
Já a síndrome de Ehlers-Danlos, que abrange um amplo grupo de distúrbios genéticos do tecido conjuntivo, pode cursar com fragilidade dérmica em que lesões purpúricas, como equimoses são frequentes, além de hipermobilidade, alterações cardiológicas, articulares e oftalmológicas.
Também são descritas as dermatoses purpúricas pigmentadas, aumento da pressão venosa, infecções e vasculites.
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Desordens da homeostase
Os distúrbios da coagulação são fatores etiológicos frequentes. A trombocitopenia, que cursa com diminuição da contagem de plaquetas, pode manifestar-se com lesões purpúricas, como equimoses e sangramentos. Pode ocorrer como herança genética, de forma adquirida, autoimune, na síndrome hemolítica-urêmica, coagulação vascular disseminada, induzida por drogas, dentre outras.
A deficiência nos fatores de coagulação é outra etiologia das alterações cutâneas, como na doença de Von Willebrand, com episódios hemorrágicos frequentes.
As manifestações hemorrágicas também podem ocorrer na deficiência de vitamina K, envolvendo principalmente a pele, trato gastrointestinal e sistema nervoso central.
Alterações cutâneas como a equimose, portanto, podem ser uma manifestação de rápido reconhecimento durante o exame físico do paciente, importantes para identificação do mecanismo fisiopatogênico envolvido. Isso permite identificar doenças graves que podem ser fatais e que requerem diagnóstico precoce.
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