A hanseníase é uma doença cutânea e neurológica que pode se tornar sistêmica em pacientes multibacilíferos. O nervo ulnar é o mais comumente afetado pela neurite, podendo ser comprimido no ligamento de Osborne, arcada de Struthers, flexor ulnar do carpo e septo intermuscular medial. A inflamação intraneural por invasão bacilífera e resposta imunológica aumenta o edema e volume do nervo.
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Nas fases iniciais pode ser tratada por medicamentos antibacilíferos além da prednisona, porém, com a evolução, o tratamento cirúrgico pode ser necessário para microneurólise e descompressão. O nervo ulnar hipertrofiado oferece um risco cirúrgico por se tratar de uma hipertrofia do nervo em vez de compressão externa, levando à dúvida se o procedimento pode ser realizado pela técnica endoscópica.
Novo estudo sobre túnel cubital na hanseníase
Foi publicado em abril na Revista Brasileira de Ortopedia (RBO) um estudo com o objetivo de avaliar o uso da técnica endoscópica de liberação do nervo ulnar assim como a melhora da dor, sensibilidade e força.
Métodos
O estudo foi desenvolvido no Brasil, como uma série de casos. Os critérios de inclusão foram falhas do tratamento clínico da hanseníase por quatro semanas com indicação cirúrgica de liberação do túnel cubital. Os critérios de exclusão foram história de cirurgia prévia no cotovelo ou outras causas de compressão nervosa. Um total de 44 liberações endoscópicas foram realizadas entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, período de observação do estudo.
O estudo incluiu 39 pacientes, sendo 29 (74,4%) homens e 10 (25,6%) mulheres. A idade dos pacientes variou de 12 a 64 anos e cinco pacientes realizaram liberação bilateral. A liberação endoscópica demonstrou uma significância estatística em melhora da dor (p = 0,002), da sensibilidade (p < 0,001) e da força (p < 0,001).
Resultados sobre liberação endoscópica do túnel cubital na hanseníase
Os melhores resultados foram obtidos quando a liberação do nervo ulnar foi realizada menos de 6 meses após a indicação da cirurgia. Nenhum dos procedimentos foi convertido da técnica endoscópica para a aberta. Não foram relatadas complicações maiores (infecção, lesão vascular e lesão) e um paciente apresentou subluxação do nervo ulnar.
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A conclusão do artigo foi de que a liberação endoscópica do túnel cubital é um procedimento seguro e com bons resultados clínicos de melhora da dor, sensibilidade e força.
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