Caso clínico: Vesículas espalhadas pelo corpo 

Paciente obeso de 53 anos em internação prolongada por sepse pulmonar apresenta vesículas disseminadas no dorso, colo, abdome e membros superiores (Imagem). Nega dor ou prurido local. 

 

Qual o diagnóstico e como conduzir? 

O quadro clínico é compatível com miliária cristalina. A equipe do hospital foi orientada a usar um agente secativo 3x/dia nas áreas com lesões e a manter o ambiente mais ventilado com menos uso de cobertas e com mudança mais frequente da posição no leito. 

A miliária é uma condição cutânea comum causada pela obstrução dos ductos das glândulas sudoríparas écrinas e relacionada à retenção do calor. Quando a obstrução se encontra ao nível do estrato córneo, ela é chamada de miliária cristalina.  

Na clínica, a miliária cristalina ou sudamina, se apresenta como pequenas e múltiplas vesículas superficiais de conteúdo claro, semelhantes a gotas de orvalho, firmes à palpação, sem eritema ou edema periférico e, em geral, assintomáticas. Fica localizada principalmente no tronco, mas pode estar espalhada pelo corpo. Na regressão, pode cursar com descamação furfurácea. Entre os fatores de risco estão o uso de roupas apertadas e de tecidos sintéticos e não absorventes, além do excesso de roupas e cobertas.   

O diagnóstico é clínico. A maioria dos casos tem resolução espontânea, mas deve-se estimular o equilíbrio da temperatura corporal e evitar a umidade excessiva. Indica-se, portanto, manter a pele seca e resfriada, ficar em ambiente mais ventilado e usar roupas mais frescas e de algodão, não utilizar objetos oclusivos e tratar doenças febris. Tratamento medicamentoso com agentes secativos, como a pasta d’água, podem ser úteis. Em caso de miliária rubra ou brotoeja, com lesões mais inflamatórias, poderia ainda ser indicado a associação com corticosteroides de baixa ou média potência. Antibióticos tópicos e sistêmicos, por sua vez, apenas são indicados em caso de infecção bacteriana concomitante.  

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