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Dermatologia27 janeiro 2022

Queixas dermatológicas no verão: conheça as mais comuns e saiba como preveni-las

Como parte do nosso especial de verão, separamos as principais queixas dermatológicas no verão e como podemos evitá-las.

Por Gabriela Aquino

Calor, sol, umidade e passeios em ambientes cheios como praias e parques são situações que favorecem o surgimento de várias doenças de pele, como micoses, infecções bacterianas e dermatites de contato. Como parte do nosso especial de verão, separamos as principais queixas dermatológicas no verão e como podemos evitá-las.

médico investigando queixas dermatológicas no verão

Queixas dermatológicas no verão

Micoses

São infeções fúngicas da pele e caracterizam-se por placas anulares de borda elevada ou por alterações pigmentares no caso da ptiríase versicolor (uma micose mais superficial). Eritema, descamação e coceira são comumente descritos. Os antifúngicos tópicos são eficazes, porém em casos extensos e refratários medicações orais devem ser associadas.

Uma medida preventiva importante no verão é evitar permanecer com o corpo molhado muito tempo, principalmente em área de dobras.

Larva migrans (bicho geográfico)

Popularmente conhecido como bicho geográfico, a larva migrans é causada pela penetração na pele de larvas encontradas em fezes de gatos e cachorros infectados, o que gera uma clássica lesão linear e serpiginosa, muito pruriginosa. A ivermectina oral é o tratamento de escolha e é superior à medicação tópica.

Evitar o contato direto com a areia em praias através do uso de calçados ou esteiras de praia são medidas simples, porém relevantes.

Tungíase (bico de pé)

É uma infestação cutânea decorrente da pemetração da pulga tunga penetrans, gerando uma papúla amarelada com centro enegrecido, assintomática ou pruriginosa. Em casos com poucas lesões a enucleação pode ser realizada; em quadros extensos a ivermectina ou tiabendazol oral são o tratamento de escolha.

Pode ser prevenida da mesma forma que a larva migrans.

Foliculite

É a inflamação dos folículos pilosos e apresenta-se como pápulas eritematosas ou pústulas perifoliculares. Infecções bacterianas ou fúngicas são as causas mais comuns, sendo o Staphylococcus aureus o patógeno bacteriano mais encontrado. Ocorrem após exposição à agua, uso incorreto de lâminas de barbear e uso de roupas muito apertadas. O tratamento pode ser tópico (mupirocina, ácido fusídico ou peróxido de benzoíla).

Em casos refratários, cefalosporinas ou ciclinas orais podem ser considerados.

Impetigo

É uma infecção bacteriana ainda mais comum nos meses quentes e úmidos, e é causada por estafilococos ou estreptococos. Embora possa acometer indivíduos de todas as faixas etárias, afeta principalmente crianças e costuma aparecer próximo à boca e ao nariz. O tratamento tópico com mupirocina ou ácido fusídico é muito eficaz. Antibióticos sistêmicos podem ser necessários em casos extensos.

Miliária

Decorre da obstrução dos ductos das glândulas sudoríparas e caracteriza-se pelo surgimento de pápulas ou vesículas puntiformes após uma exposição solar ou períodos de calor intenso. Para alívio do prurido pode ser prescrito corticoide tópico ou talco líquido, e a fotoproteção adequada e a ventilação adequada de ambientes evitam seu surgimento.

Queimadura solar

Acomete pessoas de diferentes fototipos, basta a exposição solar com proteção inadequada. Manifesta-se por ardência e eritema (primeiro grau); dor, edema e bolhas (segundo grau) ou bolhas profundas e indolores (terceiro grau). A hidratação oral e/ou intravenosa é a parte mais importante do tratamento.

Em praias, é recomendado utilizar protetor solar de FPS superior a 50 e reaplicá-lo a cada 2 horas.

Fotodermatoses

São reações na pele não alérgicas (fototoxicidade) ou alérgicas (fotoalergia). O quadro clínico é eczematoso: ocorre eritema, edema vesículas e até bolhas. Podem ser induzidas por cosméticos, frutas cítricas, medicações tópicas ou sistêmicas (ciclinas, fenotiazinas, anti-hipertensivos do grupo iECA, anti-inflamatórios não esteroidais e tiazidas).

Veja mais do especial de verão 2022:

Referências bibliográficas:

  • Clebak K.T, Malone M.A. Skin infections. Prim Care2018 Sep;45(3):433-454. doi: 10.1016/j.pop.2018.05.004.
    Simis T., Simis D.R.C., Doenças da Pele Relacionadas àlRadiação Solar. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v.8, n.l. p.1-8, 2006.
  • Cagnon G.V. et al. Tungiasis. JAMA Dermatol. 2019 Oct 1;155(10):1181. doi: 10.1001/jamadermatol.2019.1813.
  • Leung A.K.C et al. Cutaneous larva migrans. Recent Pat Inflamm Allergy Drug Discov 2017;11(1):2-11. doi: 10.2174/1872213X11666170110162344.

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