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Endocrinologia13 agosto 2024

Caso Clínico: Nódulo tireoidiano

Paciente, 31 anos, sexo feminino, notou surgimento de nódulo em topografia da região tireoidiana há quatro meses.

Paciente, 31 anos, sexo feminino, notou surgimento de nódulo em topografia da região tireoidiana há quatro meses. Nega dor local e sintomas compressivos como dispneia, disfagia e pigarro. 

De história patológica pregressa, a paciente trata ansiedade com psiquiatra e vem em uso de fluoxetina 20 mg/dia. Nega alergia medicamentosa, tabagismo e etilismo. A paciente pratica atividade física regularmente (musculação quatro vez por semana durante uma hora), apresenta catamênios regulares e não possui filhos. O histórico familiar de doenças inclui hipertensão arterial sistêmica por parte do pai e a mãe com hipotireoidismo e nódulo tireoidiano. 

médico examinando nódulo tireoidiano

Ao exame físico 

Paciente lúcida e orientada, corada, hidratada, acianótica, anictérica, eupneica em ar ambiente. 

PA:112×68 mmHg FC: 68 bpm Peso: 66 kg, Alt:1,62, IMC: 25,19 kg/m2   

Tireoide: Tópica, elástica, móvel, indolor, apresentando nódulo palpável em 1/3 inferior de LE de, aproximadamente, dois centímetros, sendo este móvel e elástico. 

AR: MVUA, sem RA. 

AVC: RCR,2T, BNF, sem sopros. 

Abdome: Atípico, peristáltico, sem massas palpáveis, timpânico. 

Membros inferiores: Pulsos pedioso-palpáveis, sem edema, reflexos preservados 

Saiba mais: Caso clínico: Otimização do tratamento do DM2

Exames laboratoriais referentes à tireoide: 

TSH: 2,0 

T4L: 1,1 

Anti-tpo: negativo 

USG de tireoide com doppler: 

Tireoide tópica, homogênea, com seguinte nódulo a saber: 

Nódulo sólido, hipoecoico, margens irregulares, com extensão extratireoidiana, com calcificações puntiformes, em 1/3 inferior de LE de 1,9×1,7×0,5 cm – TIRADS 5. 

Dimensões e vascularização da glândula dentro da normalidade. 

Paciente então foi orientada a realizar punção aspirativa por agulha fina (PAAF) do nódulo com seguinte resultado: Bethesda V 

Qual conduta a ser traçada a partir desse resultado? 

Nódulos tireoidianos são bastante frequentes na população brasileira e o seu correto diagnóstico é fundamental para o tratamento adequado. 

A análise dos nódulos tireoidianos envolve uma boa anamnese aliada a exame físico cuidadoso.  

A função tireoidiana deve ser sempre avaliada com intuito de descartar que o nódulo seja autônomo, ou seja, produtor de hormônios tireoidianos. Após tal exclusão, pode-se solicitar a PAAF se o nódulo preencher critérios. Tais critérios são feitos pela análise das características do USG de tireoide e seguem o sistema da classificação TIRADS que visa averiguar o risco de malignidade. Como o nódulo da paciente era altamente suspeito, foi submetido à PAAF. 

A PAAF, por sua vez, revelou um nódulo Bethesda V. A classificação de Bethesda é uma classificação baseada na análise histopatológica da amostra da PAAF. Ela varia de I a VI, sendo a classificação V representando alta suspeita para malignidade. 

Nesses casos, é indicada a cirurgia de tireoidectomia total por médico cirurgião experiente e a posteriori manutenção de acompanhamento regular com endocrinologista. 

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