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Dermatologia20 junho 2022

Lesões elementares: da classificação ao diagnóstico dermatológico

As lesões dermatológicas podem ser dividias em cinco grupos de alterações cutâneas. Veja detalhes e conheça todas as categorias neste post.

Por Gabriela Aquino

As lesões elementares são alterações da pele decorrentes de processos inflamatórios, infecciosos, metabólicos, neoplásicos, entre outros. A classificação dessas lesões é um tema difícil, que gera discordâncias até mesmo entre dermatologistas. Por isso, não se preocupe caso você se depare com variações na terminologia entre diferentes autores.

Leia também: Câncer de pele: a importância do diagnóstico precoce em melanoma

Mesmo que pareça difícil, descrever uma lesão cutânea adequadamente é muito  importante, pois o reconhecimento de padrões específicos nos direciona para o diagnóstico correto. Para facilitar o estudo da semiologia da pele, podemos dividir as alterações cutâneas em cinco grupos:

  1. Alterações de cor
  2. Formações sólidas
  3. Coleções líquidas
  4. Alterações de espessura
  5. Perdas e reparos teciduais

1. Alterações de cor

  • Mancha ou mácula: alteração circunscrita da cor sem mudança do relevo. Possui origem pigmentar (acromia, hipocromia ou hipercromia), vascular (eritema) ou hemorrágica (petéquia, equimose).

2. Formações sólidas: apresentam alteração no relevo da pele.

  • Pápula: lesão elevada e circunscrita menor que 1 cm.
  • Placa: lesão elevada de superfície plana.
  • Nódulo: massa sólida maior que 1 cm.
  • Tumor: massa sólida maior que 3 cm.
  • Vegetação: formação sólida exofítica com aspecto de couve-flor.

3. Coleções Líquidas

  • Vesícula: lesão circunscrita com fluido claro menor que 1 cm.
  • Bolha: lesão circunscrita com fluido claro maior que 1 cm.
  • Pústula: vesícula de conteúdo purulento.
  • Abscesso: coleção localizada de pus. Em geral apresenta-se com dor, calor, flutuação e eritema associados.
  • Hematoma: acúmulo localizado de sangue.

4. Alterações de espessura

  • Edema: aumento de espessura por extravasamento de plasma na derme e/ou subcutâneo.
  • Urtica: elevação com edema central circundada por eritema reflexo, decorrente de extravasamento de plasma. Apresenta caráter transitório (até 24 horas).
  • Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele pela presença de infiltrado celular na derme.
  • Ceratose: aumento da espessura da camada mais superficial da pele (estrato córneo), de aspecto escamoso – verrucoso.
  • Liquenificação: aumento da espessura da pele com acentuação dos sulcos. Decorre do aumento da camada espinhosa da epiderme e em menor grau da derme.
  • Atrofia: diminuição da espessura por perda de tecido epidérmico, dérmico e/ou subcutâneo.
  • Esclerose: Endurecimento e perda do pregueamento cutâneo por proliferação de tecido conjuntivo. A epiderme pode ser atrófica.

5. Perdas e reparos teciduais

  • Erosão: perda tecidual até epiderme.
  • Exulceração: perda tecidual até derme papilar.
  • Ulceração: perda tecidual até derme profunda e/ou hipoderme.
  • Fissura: fenda linear e profunda.
  • Escama: lâmina de camada córnea.
  • Crosta: exsudato ressecado de origem serosa, hemática ou purulenta.

A tabela a seguir permite descrever a maioria das lesões dermatológicas:

Para exemplificar, na foto (figura 1) temos uma lesão com relevo,  sólida, de 2,5 cm. Podemos descrevê-la como nódulo eritematoso com exsudato purulento.

nódulo eritematoso com exsudato purulento
Figura 1. Nódulo eritematoso com exsudato purulento.

Observem que há um exsudato purulento associado indicando infecção secundária (mas a lesão é uma formação sólida e não uma coleção líquida). A cronicidade da lesão e o aspecto sugerem etiologia neoplásica (confirmados pelo histopatológico, que revelou carcinoma espinocelular).

 

 

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