A mortalidade por fraturas do olecrano é semelhante à de outras fraturas do MS?
As fraturas do olecrano, uma condição comum entre idosos, têm suscitado interesse crescente na comunidade médica. A ocorrência de uma fratura é um indicativo de maior risco para uma segunda fratura.
Um recente estudo foi publicado com o objetivo de determinar se pacientes com fraturas de olecrano apresentam características demográficas e de risco semelhantes em comparação com pacientes com outras fraturas osteoporóticas de membros superiores.
O estudo
Durante o período de três anos, de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, foram identificadas 157 fraturas de olecrano, 1022 fraturas distais de rádio e 451 fraturas proximais de úmero. Dos pacientes com fratura de olecrano, 62% eram mulheres, em comparação com 75% para fraturas de rádio distal e 70% para fraturas de úmero proximal.
A idade mediana no momento da fratura foi de 65 anos para pacientes com fratura de olecrano e rádio distal e 68 anos para fraturas de úmero proximal. Em termos de tratamento, 57% das fraturas de olecrano foram tratadas operativamente, enquanto apenas 15% das fraturas de úmero proximal necessitaram de cirurgia.
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Resultados
O risco de mortalidade após fraturas do olecrano e do rádio distal foi comparável, mas estatisticamente significativamente maior após fraturas do úmero proximal (HR 1,97, IC 95% 1,19–3,27). O risco de fraturas osteoporóticas subsequentes após uma fratura do olecrano foi de 10% em um ano e 14% em cinco anos e os riscos não diferiram estatisticamente após uma fratura do úmero proximal, 6% e 11% (HR 0,65, IC 95% 0,40 –1,06). Após uma fratura distal do rádio, os riscos foram estatisticamente significativamente menores: 2% e 5% (HR 0,35, IC 95% 0,22–0,56).
Não houve diferença estatisticamente significativa na mortalidade entre homens e mulheres com fratura de olecrano, considerando a idade. Em contrapartida, pacientes com fraturas de úmero proximal apresentaram uma mortalidade significativamente maior em ambos os períodos, 8% e 22%, respectivamente. Além disso, o sexo masculino esteve associado a um maior risco de mortalidade para fraturas de rádio distal e úmero proximal.
Conclusão
Esse estudo destaca a importância de monitorar de perto pacientes idosos com fraturas de olecrano, dada a alta probabilidade de novas fraturas e a mortalidade associada, especialmente em comparação com outras fraturas osteoporóticas do membro superior. Isso pode influenciar decisões clínicas e estratégias de prevenção em longo prazo.
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