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Cardiologia31 agosto 2024

ESC 2024: TAVI deve ser a escolha na estenose aórtica em mulheres?

Estudo avaliou o implante transvalvar aórtico (TAVI) especificamente em mulheres e quais os benefícios para a paciente.

O tratamento valvar aórtico pode ser cirúrgico ou por implante transvalvar aórtico (TAVI), sendo que o último vem ganhando cada vez mais espaço, por se mostrar seguro e com diversos benefícios em relação a cirurgia.

O risco de mortalidade em mulheres submetidas a cirurgia é maior que nos homens e alguns estudos sugerem que a mortalidade nas submetidas a TAVI seja menor em mulheres que em homens. Porém, as mulheres são pouco representadas nos estudos e a maior parte dos dados relacionados ao sexo feminino foram obtidos de análises de subgrupos dos grandes trials.

Assim, foi apresentado no congresso da ESC um estudo avaliando a TAVI especificamente em mulheres.

Representação gráfica de um coração que pode sofrer de Insuficiência cardíaca devido a anormalidades no nível de potássio

ESC 2024 – Estudo incluiu apenas mulheres

Foi estudo randomizado que comparou cirurgia de troca valvar e TAVI em mulheres com estenose aórtica importante sintomática. O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas, acidente vascular cerebral (AVC) e reinternação por sintomas relacionados ao procedimento ou piora de insuficiência cardíaca (IC) no seguimento de 1 ano.

Foram randomizadas 443 mulheres de 12 países, com idade média de 73 anos e escore STS médio de 2,1-2,2%. As demais características eram semelhantes entre os grupos e a maioria das mulheres tinha anel valvar pequeno.

A ocorrência do desfecho primário foi duas vezes menor no grupo TAVI comparado ao grupo cirurgia (8,9% x 15,6%), com HR 0,55 (IC95% 0,32 – 0,88, p = 0,03). A diferença absoluta dos eventos foi de -6,8% e houve critérios tanto para não inferioridade quanto para superioridade da TAVI.

Veja também: Estenose aórtica Imp em idoso – TAVI ou Cx? [vídeo]

A redução do desfecho composto ocorreu principalmente às custas de redução de reinternações por sintomas relacionados ao procedimento ou piora de IC (4,8% x 11,4%). Não houve diferença na ocorrência de mortalidade por todas as causas ou AVC. Além disso, o grupo TAVI teve menor ocorrência de fibrilação atrial e menor tempo de internação hospitalar, porém teve maior necessidade de implante de marcapasso definitivo e maior ocorrência de insuficiência aórtica paravalvar leve em 1 ano.

Este foi o primeiro estudo randomizado que incluiu apenas mulheres e os resultados confirmaram a superioridade da TAVI em relação a cirurgia, principalmente às custas de redução de internações hospitalares, o que reflete na redução da utilização de recursos de saúde. Essas pacientes ainda serão seguidas no longo prazo e no geral, a população era de baixo risco, mas parece que esse tipo de tratamento deve ser considerado como escolha na população de mulheres.

Confira todos os destaques do ESC 2024! 

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