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Ortopedia12 junho 2024

O uso de corticosteroides injetáveis aumenta o risco de fraturas? 

Estudo investigou se um alto número de injeções de corticosteroides está associado a fraturas subsequentes?

Fortes evidências demonstram que o uso de corticosteroides oral pode aumentar o risco de fraturas nos pacientes, sendo de acordo com estudos de coorte e metanálises a dose acima de 7,5 mg/dia mais associada a esse evento. Diferentemente, o impacto do uso de corticosteroides injetáveis (comum no tratamento de patologias musculoesqueléticas) não é bem definido na questão de associação com fraturas. 

O uso de corticosteroides injetáveis aumenta o risco de fraturas? 

O estudo  

Diante disso, foi publicado recentemente no Journal of the American Medical Association um estudo com o objetivo de estimar o risco de fratura pelo número total de equivalentes de triancinolona injetados recebidos. O estudo foi uma coorte de pacientes acima de 18 anos que receberam corticosteroides entre maio de 2018 e julho de 2022 na Mayo Clinic nos Estados Unidos.  

O cálculo dos equivalentes de corticosteroides injetáveis utilizou o seguinte: 1 mg de metilprednisolona = 1 mg de triancinolona = 0,2 mg de betametasona = 0,2 mg de dexametasona. O uso de corticosteroide oral foi determinado por prescrições emitidas entre 1º de maio de 2017 e 1º de julho de 2022, e a dose total foi calculada usando as seguintes doses de conversão: 1 mg de prednisona = 1 mg de prednisolona = 0,15 mg de dexametasona = 4,0 mg de hidrocortisona = 0,8 mg de metilprednisolona.   

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Pacientes com uso de prednisona não superior a 2,5 mg/dia por mais de 30 dias e superior a 2,5 mg/dia por 30 ou menos dias foram incluídos no estudo. Os pacientes foram excluídos se tivessem prescrição de medicamentos orais equivalentes de prednisona superiores a 2,5 mg/d por mais de 30 dias.  

Um total de 7.197 pacientes foram incluídos no estudo (idade média [DP], 64,4 [14,6] anos; 4.435 [61,6%] mulheres; 183 [2,5%] negros e 6.667 [92,6%] brancos), e 346 (4,8%) tiveram uma nova fratura durante o período de estudo. Destas fraturas, 149 (43,1%) foram consideradas osteoporóticas.   

No modelo ajustado de regressão de riscos proporcionais de Cox, não houve associação de maior risco de fratura com base na dose cumulativa de corticosteroides injetáveis (taxa de risco ajustada [HR], 1,04 [IC 95%, 0,96-1,11]). Índice de Comorbidades de Charleson e fratura prévia foram os únicos fatores associados ao maior risco de fratura. 

Conclusão 

Neste estudo, a dose cumulativa de corticosteroide injetável não foi associada ao risco de fratura subsequente, inclusive em pacientes com diagnóstico de osteoporose. Portanto, o tratamento de condições dolorosas com esse medicamento não deve ser suspenso ou adiado devido à preocupação com o risco de fratura.

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Referências bibliográficas

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