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Cardiologia5 setembro 2024

ESC 2024: Um resumo sobre as quatro novas diretrizes apresentadas 

Reveja as principais diretrizes discutidas no Portal Afya apresentadas no primeiro dia do ESC 2024

No primeiro dia de Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2024), houve a apresentação de quatro novas diretrizes da cardiologia: hipertensão arterial sistêmica, síndromes coronarianas crônicas, doença arterial periférica e aortopatias e fibrilação atrial. Cada diretriz foi detalhada individualmente aqui no Portal Afya, no entanto, resumimos aqui os principais pontos de cada uma. 

Hipertensão arterial sistêmica 

A PA pode ser dividida em 3 categorias: 

  • PA não elevada: < 120/70 mmHg 
  • PA elevada: PA sistólica (PAS) 120-139 mmHg e PA diastólica (PAD): 70-89 mmhg 
  • Hipertensão:  ≥ 140/90 mmHg 

O rastreamento é recomendado a cada 3 anos nos pacientes adultos < 40 anos e anualmente a partir dos 40 anos. 

O tratamento farmacológico inicial fica restrito a pacientes de alto risco cardiovascular, os demais pacientes devem iniciar com medidas não farmacológicas. Já a terapia de hipertensão em gestantes, é recomendada para todas com hipertensão leve (≥ 140/90 mmHg) e com alvo de PA < 140/90mmHg. 

Síndromes coronarianas crônicas (SCC) 

Em indivíduos com suspeita de SCC e probabilidade pré-teste baixa ou moderada (>5%–50%) de DAC obstrutiva, a TC de coronárias é recomendada para diagnosticar DAC obstrutiva e estimar o risco de MACE.  

Em indivíduos com suspeita de SCC e probabilidade pré-teste moderada ou alta (>15%–85%) de DAC obstrutiva, a ecocardiografia com estresse é recomendada para diagnosticar isquemia miocárdica e estimar o risco de MACE. 

Quando a coronária invasiva é indicada, é recomendado ter avaliação da pressão coronária disponível e usá-la para avaliar a gravidade funcional de estenoses intermediárias (não do tronco principal esquerdo) antes da revascularização. 

Para descartar DAC obstrutiva em indivíduos com probabilidade pré-teste baixa ou moderada (> 5%–50%), a TC de coronárias é recomendada como a modalidade diagnóstica preferida. 

A TC de coronárias é recomendada em indivíduos com probabilidade pré-teste baixa ou moderada (> 5%–50%) de DAC obstrutiva se a imagem funcional para isquemia miocárdica não for diagnóstica. 

A ivabradina não é recomendada como terapia complementar em pacientes com SCC, FEVE > 40% e sem insuficiência cardíaca clínica. 

Inibidores de SGLT2 com benefício cardiovascular (CV) comprovado são recomendados em pacientes com DM2 e SCC para reduzir eventos CV, independentemente da HbA1c basal ou alvo e independente de medicação concomitante para redução da glicose. 

Em pacientes com SCC com FEVE ≤ 35%, é recomendado escolher entre revascularização ou terapia médica isoladamente, após avaliação cuidadosa, de preferência pela Heart Team, da anatomia coronária, correlação entre doença arterial coronária e disfunção VE, comorbidades, expectativa de vida, relação risco-benefício individual e perspectivas do paciente.  

Doença arterial periférica e da aorta 

Destaque para entender que as artérias periféricas e a aorta são componentes do mesmo sistema arterial e suas doenças compartilham os mesmos fatores de risco e complicações. Essa diretriz unificada padroniza as recomendações de screening e manejo de pacientes acometidos por aortopatias e doença arterial periférica (DAP) de forma a otimizar os cuidados clínicos.  

Os pacientes com DAP tem quatro a cinco vezes mais risco de eventos cardiovasculares. Reconhecer e tratar DAP adequadamente reduz MACE (morte cardiovascular, IAM, revascularização miocárdica e hospitalização por insuficiência cardíaca) e MALE (amputações, isquemia periférica aguda ou crônica e revascularização periférica). A base do tratamento é otimização do tratamento clínico (principalmente de aterosclerose), mudança do estilo de vida e exercício físico supervisionado. Revascularização do membro é contraindicado em pacientes assintomáticos. Além disso, alguns pacientes se beneficiarão de terapia combinada de aspirina 100 mg e Rivaroxabana 2,5 mg. 

Em relação às aortopatias, houve uma uniformização para padronizar as medidas da aorta. O ecocardiograma é o exame inicial para avaliação da aorta torácica. Destacou-se a importância das medidas indexadas para o tamanho do paciente (especialmente nos pequenos). A indicação de cirurgia, previamente indicada para aneurismas isolados do arco aórtico com diâmetro máximo ≥ 55 mm (indicação IIa), é agora indicada para dilatações da raiz aórtica ou da aorta ascendente com valva aórtica tricúspide e diâmetro máximo ≥ 55 mm (indicação I). 

Fibrilação atrial (FA) 

Inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 são recomendados para pacientes com Insuficiência cardíaca e FA, independentemente da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, para reduzir o risco de hospitalização por IC e morte cardiovascular. (indicação I). 

O controle glicêmico eficaz é recomendado como parte do tratamento dos fatores de risco em indivíduos com diabetes mellitus e FA, para reduzir a recorrência e a progressão da FA. (indicação I). 

O controle da apneia obstrutiva do sono pode ser considerado como parte do tratamento dos fatores de risco em indivíduos com FA para reduzir a recorrência e a progressão da mesma (indicação IIb) 

A cardioversão precoce não é recomendada sem anticoagulação apropriada ou ecocardiografia transesofágica se a duração da FA for maior que 24 h, ou se houver espaço para esperar pela cardioversão espontânea. 

A continuação da anticoagulação oral é recomendada em pacientes com FA com risco tromboembólico elevado após ablação concomitante, endoscópica ou híbrida de FA, independentemente do resultado do ritmo ou exclusão do apêndice atrial esquerdo, para prevenir acidente vascular cerebral isquêmico e tromboembolismo. 

Confira todos os destaques do ESC 2024! 

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