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Saúde24 junho 2025

Receitas de canetas emagrecedoras passam a ser retidas em farmácias

Medida da Anvisa busca conter uso indiscriminado e reduzir eventos adversos de agonistas GLP-1 (canetas emagrecedoras)

Será obrigatório, a partir dessa segunda-feira (23), a retenção de receitas médicas para medicamentos da classe dos agonistas do GLP-1, conhecidos popularmente como canetas emagrecedoras. A norma vale para substâncias como semaglutida, liraglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida, que agora seguem o mesmo modelo de controle aplicado aos antibióticos.

A medida, aprovada em abril pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responde ao aumento no número de notificações de eventos adversos associados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas. De acordo com a agência, os dados do sistema VigiMed demonstraram uma frequência maior de efeitos colaterais no Brasil, em comparação com o panorama global.

Saiba: ACC 2025: Semaglutida oral reduz eventos em pacientes com DM2 de alto risco CV?

Receitas de canetas emagrecedoras passam a ser retidas em farmácias

Foto de Pexels/PavelDanilyuk

Nova regulamentação para canetas emagrecedoras

Na ocasião, o diretor-presidente substituto da Anvisa havia alertado para o risco da banalização dessas terapias, muitas vezes promovidas como soluções estéticas rápidas e sem respaldo clínico. Em nota, ele reforçou que se tratam de medicamentos novos, com perfil de segurança ainda em consolidação, o que exige prescrição criteriosa e acompanhamento rigoroso por profissionais habilitados.

Com a nova regulamentação, a prescrição passa a ser obrigatoriamente feita em duas vias, sendo uma delas retida no momento da compra. A receita terá validade de 90 dias, e as farmácias deverão registrar todas as movimentações no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Apesar do controle mais rígido, a Anvisa esclarece que a decisão não limita o uso off-label, desde que respaldado por justificativa médica e consentimento informado do paciente.

Leia mais: Tirzepatida versus cirurgia bariátrica na perda de peso em indivíduos obesos

Posicionamento das sociedades médicas

Sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a ABESO, já haviam se manifestado a favor da retenção das receitas. Em nota conjunta, as entidades demonstraram preocupação com a automedicação e a dificuldade de acesso dos pacientes que realmente precisam dos agonistas do GLP-1 para o controle glicêmico ou tratamento da obesidade.

A expectativa é que a medida ajude a frear a demanda desordenada e melhore a segurança no uso dessas terapias, especialmente entre pacientes sem indicação formal ou sem seguimento clínico adequado.

Leia mais: Uso de agonistas de GLP-1 podem reduzir o consumo de álcool?

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Referências bibliográficas

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