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Saúde16 outubro 2025

OMS alerta para a falta de políticas para transtornos neurológicos

Relatório da OMS revela desigualdade global no acesso a cuidados neurológicos, SUS registra avanço de 20% nos atendimentos em saúde mental

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório inédito alertando que menos de um terço dos países do mundo possui políticas nacionais para lidar com o crescente impacto dos transtornos neurológicos. De acordo com o documento, eles são responsáveis por mais de 11 milhões de mortes anuais e que afetam cerca de 40% da população global, o equivalente a mais de 3 bilhões de pessoas.

As dez principais condições neurológicas associadas à morte e à incapacidade, segundo o relatório, são: acidente vascular cerebral (AVC), encefalopatia neonatal, enxaqueca, doença de Alzheimer e outras demências, neuropatia diabética, meningite, epilepsia idiopática, complicações neurológicas associadas à prematuridade, transtornos do espectro autista e cânceres do sistema nervoso.

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Principais desafios no cuidado de transtornos neurológicos

A desigualdade no acesso à assistência é um dos principais desafios, a organização aponta que países de baixa renda contam com até 82 vezes menos neurologistas por 100 mil habitantes em comparação aos países ricos. Além disso, apenas 32% dos países-membros da OMS têm uma política nacional para essas doenças, e só 18% possuem financiamento específico para enfrentá-las. A falta de estrutura impede diagnósticos precoces e o acesso a serviços essenciais, como unidades de AVC, neurologia pediátrica e reabilitação, especialmente em regiões rurais.

Diante desse cenário, a OMS cobra dos governos ações coordenadas e investimentos sustentáveis para fortalecer o cuidado neurológico, promover a saúde cerebral e reduzir as desigualdades globais.

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OMS alerta para a falta de políticas para transtornos neurológicos

Imagem de rawpixel/freepik

Saúde mental

No Brasil, enquanto o país ainda enfrenta desafios no campo da neurologia, o Sistema Único de Saúde tem mostrado avanços expressivos na área da saúde mental, segundo o Ministério da Saúde. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram realizados 192 mil atendimentos, um aumento de 20% em relação a 2023.

Esse crescimento é resultado do fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que hoje soma mais de 6,2 mil serviços em todo o país e recebeu investimento recorde de R$ 2,25 bilhões. A expansão inclui a criação de novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos e Unidades de Acolhimento, além da formação contínua de equipes multiprofissionais.

Enquanto a OMS destaca a urgência de políticas globais para doenças neurológicas, o avanço da RAPS no Brasil aponta um caminho possível: investir em cuidado integral, ampliar o acesso e garantir que o bem-estar mental e neurológico sejam prioridades na saúde pública.

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Autoria

Foto de Roberta Santiago

Roberta Santiago

Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.

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