O Sistema Único de Saúde (SUS) deu um novo passo no cuidado a pacientes com Alzheimer. Publicada no último dia 15, a portaria SECTICS/MS nº 20/2025 autoriza a ampliação do uso da donepezila para casos graves da doença, que antes era indicada apenas para os estágios leves e moderados. A medida, promovida pelo Ministério da Saúde, fortalece a linha de cuidado contínuo e representa um avanço na atenção à saúde da população idosa.
A donepezila ajuda a preservar funções cognitivas e a capacidade funcional. Agora, poderá ser usada sozinha ou em combinação com a memantina, já ofertada pelo SUS. Em 2023, mais de 58 mil pessoas utilizaram a donepezila de forma combinada. A expectativa é que cerca de 10 mil pacientes em estágio avançado sejam beneficiados logo no primeiro ano da ampliação.
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Segundo a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, a decisão é baseada em evidências científicas e reafirma o compromisso com políticas públicas que promovam dignidade, qualidade e equidade no envelhecimento.
Estudos apresentados à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) indicam que a continuidade do uso da donepezila pode reduzir sintomas como agitação, apatia e confusão mental, além de adiar a necessidade de institucionalização. Embora o Alzheimer não tenha cura, o tratamento adequado pode retardar a perda de capacidades e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
No Brasil
O SUS oferece atendimento integral a pacientes com Alzheimer por meio de equipes multiprofissionais, em centros de referência e unidades de alta complexidade. Também conta com o Programa Melhor em Casa, que leva o cuidado ao ambiente domiciliar, evitando hospitalizações prolongadas.
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De janeiro a março de 2025, foram realizados mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer e 576 assistências hospitalares, segundo dados do Ministério da Saúde.
Além da donepezila e memantina, o SUS fornece rivastigmina e galantamina para casos leves e moderados. O protocolo clínico da doença orienta um cuidado multidisciplinar, com terapias não medicamentosas e apoio psicossocial ao paciente e familiares.
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