A Anvisa aprovou, no último dia 22, o donanemabe, um tratamento inédito para Alzheimer, indicado para os estágios iniciais da doença. Comercializado como Kisunla, o remédio da farmacêutica Eli Lilly é o primeiro no Brasil a atuar diretamente sobre as placas amiloides, uma das principais causas do declínio cognitivo associado à enfermidade.
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Donanemabe
Voltado a pacientes com comprometimento cognitivo e demência leve, o donanemabe mostrou bons resultados em testes clínicos: retardou em até 35% o avanço da doença em pacientes com estágios iniciais e reduziu em até 39% o risco de progressão para fases mais graves, em comparação ao placebo. O medicamento também conseguiu remover as placas amiloides em até 76% dos pacientes após 18 meses de tratamento.
O tratamento para Alzheimer
Segundo a Lilly, esse é um marco para a neurociência e para os pacientes, fruto de mais de três décadas de pesquisa. O tratamento é administrado mensalmente por infusão intravenosa. Antes de chegar ao mercado, a definição do preço precisa ser aprovada pela CMED, o que pode levar até três meses. Nos EUA, o custo anual gira em torno de R$ 172 mil.
O Alzheimer é caracterizado pelo acúmulo anormal das proteínas beta-amiloide e tau no cérebro, provocando perda de memória e autonomia. O donanemabe age limpando essas placas, o que ajuda a desacelerar a degeneração neurológica.
Entre os efeitos colaterais estão inchaços, pequenos sangramentos cerebrais e reações alérgicas durante a infusão, além de dor de cabeça. Em casos raros, pode haver sangramentos mais graves.
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