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Saúde25 dezembro 2025

FDA aprova nova formulação intratecal de terapia gênica para AME

FDA autoriza nova formulação intratecal de terapia gênica para atrofia muscular espinhal, ampliando opções terapêuticas
Por Redação Afya

A Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou uma nova formulação intratecal de terapia gênica para o tratamento da atrofia muscular espinhal (AME). O medicamento, denominado Itvisma, representa uma evolução no uso da terapia gênica já conhecida para a doença e foi desenvolvido para administração diretamente no líquido cefalorraquidiano, por via intratecal.

A AME é uma doença neuromuscular genética rara, caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios motores, levando à fraqueza muscular e, nos casos mais graves, à insuficiência respiratória. A condição está associada à mutação ou deleção do gene SMN1, responsável pela produção da proteína de sobrevivência do neurônio motor (SMN).

De acordo com o FDA, a nova formulação foi aprovada para pacientes pediátricos com AME que apresentam mutações bialélicas no gene SMN1. A administração intratecal permite o uso de doses menores do vetor viral em comparação à formulação intravenosa, com potencial para reduzir a exposição sistêmica e eventos adversos associados.

Aprovação do Itvisma

Segundo a agência reguladora, a decisão foi baseada em dados de estudos clínicos que demonstraram melhora ou estabilização de parâmetros motores em crianças tratadas com a nova formulação. Os estudos também indicaram um perfil de segurança considerado aceitável, com eventos adversos compatíveis com o mecanismo da terapia e com o procedimento intratecal.

Em comunicado, a FDA afirmou que a aprovação “oferece uma alternativa terapêutica adicional para pacientes com AME, especialmente aqueles para os quais a administração intravenosa não é a opção mais adequada”. A agência ressaltou ainda a importância do acompanhamento contínuo de segurança em longo prazo, uma prática comum em terapias gênicas. A nova formulação não substitui necessariamente as terapias já disponíveis, como moduladores de splicing do gene SMN2, mas amplia o arsenal terapêutico para uma doença que exige intervenção precoce e individualizada. A escolha do tratamento deve considerar idade, subtipo da AME, condição clínica do paciente e acesso às terapias.

A aprovação do Itvisma ocorre em um contexto de avanços significativos no tratamento da AME na última década, transformando o prognóstico de uma condição historicamente associada à alta mortalidade infantil. Apesar disso, desafios permanecem, incluindo o alto custo das terapias gênicas e a necessidade de diagnóstico precoce, muitas vezes viabilizado por programas de triagem neonatal.

Embora a aprovação seja válida nos Estados Unidos, o medicamento ainda deverá passar pela avaliação de outras agências regulatórias, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a Anvisa, para possível uso em outros países. Até lá, especialistas acompanham com atenção os dados de vida real que devem emergir após a incorporação da nova terapia na prática clínica.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

Autoria

Foto de Redação Afya

Redação Afya

Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.

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