A variabilidade de apresentação da doença inflamatória intestinal pediátrica (DIIP) resultou na necessidade de classificação da doença, que vai desde os espectros clássicos como doença de Crohn (DC), retocolite ulcerativa (RCU) e colite indeterminada (CI) até uma classificação que avalia faixa etária dos pacientes, a localização, o comportamento inflamatório da doença e a repercussão no crescimento, por exemplo.
A importância de classificar nossos pacientes tem relação direta com o reconhecimento da expressão clínica possível da doença, assim como a expectativa em relação ao tratamento e às possíveis complicações, visto que, pacientes com o mesmo diagnóstico apresentam manejo clínico diferenciado.
A palestrante, Dra. Elizete Aparecida Lomazi, trouxe a importância da classificação da DIIP, no 18º Congresso Brasileiro de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica, reafirmando o objetivo de, através dela, estabelecer riscos, esquema terapêutico, diminuir a complicações e individualizar cada paciente mediante sua própria apresentação. Apesar das classificações, o diagnóstico da DIIP deve ser realizado através da junção dos aspectos clínicos, história, exame físico, exames laboratoriais, endoscopia digestiva alta, colonoscopia, histologia e imagens de intestino delgado, quando necessário.
Dentre as classificações apresentadas, houve destaque para a Classificação de Paris, 2011. Utilizada, visando maior acurácia na classificação fenotípica.

Avaliando na DC:
- Faixa etária de início da doença — incluindo uma maior variabilidade de faixas etária;
- Localização da doença — topografia gastrointestinal acometida;
- Comportamento inflamatório da doença — inflamatório/estenosante/penetrante;
- Crescimento — repercussão na velocidade de crescimento linear.
Na RCU a classificação de Paris, avalia a extensão e a gravidade da doença.
Classificação de subgrupos de acordo com a idade:
- DII Pediátrica < 17 anos;
- DII início precoce < 10 anos;
- DII Início muito precoce < 6 anos;
- DII infantil < 2 anos;
- DII Neonatal até 28 dias de vida.
A utilização de inteligência artificial tem sido uma ferramenta emergente para auxílio na classificação da DIIP, não dispensando a avaliação histológica para tal finalidade. Sendo assim, classificar a DIIP a partir das ferramentas disponíveis proporciona o melhor entendimento da apresentação da doença do paciente e assim a instituição individualizada do seu tratamento e prognóstico.
Autoria

Jôbert Neves
Médico do Departamento de Pediatria e Puericultura da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), Pediatria e Gastroenterologia Pediátrica pela ISCMSP, Título de Especialista em Gastroenterologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Médico formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Coordenador Young LASPGHAN do grupo de trabalho de probióticos e microbiota da Sociedade Latino-Americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (LASPGHAN).
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