A artroplastia total do joelho (ATJ) é uma das cirurgias mais utilizadas em pacientes com osteoartrite avançada dos joelhos e ausência de melhora com o tratamento conservador. A busca por melhores resultados tem motivado o uso de novas tecnologias incluindo a cirurgia assistida por robótica. Porém, quais são os reais benefícios dessa tecnologia em comparação ao método convencional? Um estudo publicado no Journal of Robotic Surgery revisou e analisou ensaios clínicos randomizados para responder a essa questão.
Objetivo, métodos e resultados
O objetivo principal do estudo foi entender como a ATJ robótica se compara à cirurgia convencional em termos de alinhamento mecânico, função do joelho e amplitude de movimento a curto e a longo prazo. Para isso, os pesquisadores realizaram uma revisão sistemática e metanálise seguindo as diretrizes PRISMA e revisaram dados das bases de estudos PubMed, Cochrane, Scopus, e Web of Science. No total, nove ensaios clínicos randomizados foram incluídos na análise.
Os resultados revelaram que a ATJ assistida por robô apresentou vantagens em relação ao alinhamento mecânico, diminuição de erros no alinhamento do componente femoral no plano frontal e dos escores do Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC).
Por outro lado, a técnica convencional mostrou melhor arco de flexão a longo prazo, e um menor tempo cirúrgico, o que pode implicar em maior custo e riscos associados ao se utilizar robótica. Outros parâmetros avaliados, incluindo amplitude de extensão e pontuação em outros escores funcionais, não apresentaram diferenças entre os grupos.
Vale destacar que os resultados heterogêneos dos estudos analisados e o número limitado de ensaios tornam as conclusões preliminares. Além disso, três dos estudos incluídos apresentaram um alto risco de viés.
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Considerações para levar para casa
Embora a ATJ robótica demonstre vantagens em parâmetros específicos, como o alinhamento do membro e o escore funcional de WOMAC, a técnica convencional ainda é superior quanto ao arco de flexão a longo prazo e o tempo cirúrgico e não apresenta diferenças em parâmetros, incluindo o arco de extensão e os outros escores funcionais.
A escolha da técnica deve ser baseada em uma avaliação individualizada, considerando a complexidade do caso e as expectativas do paciente e estudos futuros com maior tempo de seguimento são necessários para maiores conclusões.
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