Tecnologia na Medicina: Cirurgia à distância - evolução e desafios
A cirurgia robótica é um marco no avanço tecnológico da medicina, proporcionando mais conforto e segurança aos médicos e pacientes. Alguns benefícios encontrados são: precisão; menos invasiva; maior recuperação do paciente; maior destreza; redução de fadiga do cirurgião, etc.
Entender sobre os avanços tecnológicos, bem como seus desafios no dia a dia profissional, são primordiais para o desenvolvimento da Carreira Médica. Médico que não se atualiza tende a ficar parado no tempo e a colocar seus pacientes em risco.
História
A ideia de se realizar cirurgia robótica vem do fim da década de 60, mas somente após cerca de 30 anos foi possível colocá-la em prática. Desenvolvida inicialmente pelo Sistema de defesa do governo dos EUA com auxílio de empresas privadas e setores de pesquisa tem, atualmente, como maior exemplo de sistema de cirurgia robótica multiuso aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA o Sistema Cirúrgico da Vinci da Intuitive Surgical Inc., que é encontrado em salas de cirurgia por todo o mundo.
O objetivo inicial foi destinado às cirurgias traumáticas de longa distância em campos de batalha, dando maior agilidade à assistência aos feridos críticos no local, eliminando a distância aos “centros hospitalares de campanha” e preservando o cirurgião que se encontrava seguro e longe do fronte. Embora tenha havido feitos impressionantes da telecirurgia, o foco comercial mudou, desviando-se deste objetivo.
O primeiro protótipo consistia em 2 unidades distintas: a estação de trabalho do cirurgião de telepresença (TSW – “console”), projetada para melhor ergonomia do cirurgião e uma unidade cirúrgica remota (RSU) que possuía os braços e instrumentais para operar o paciente (o “robô”).
O cirurgião, por meio do console, executa movimentos que são reproduzidos pelos braços do robô, permitindo que o paciente seja operado com assistência de equipe médica ao lado do paciente.
Evolução
O sistema inicial foi feito para cirurgia convencional, mas com o desenvolvimento concomitante da técnica laparoscópica, o programa foi redirecionado para plataforma minimamente invasiva, sendo possível com o desenvolvimento de uma visão estereoscópica de alta definição (3D), maior destreza, redução de tremores e escala de movimento que poderia melhorar o desempenho do cirurgião, mesmo além das limitações físicas humanas.
Desde então, diversos avanços tecnológicos proporcionaram o desenvolvimento do atual modelo com magnificação de imagem, precisão de movimentos, aprimoramento de instrumentais de forma a proporcionar grandes avanços técnicos na cirurgia minimamente invasiva e maior segurança ao paciente.
Embora os objetivos iniciais da robótica cirúrgica fossem voltados para a telecirurgia de longa distância, existem apenas alguns casos em que isso realmente ocorreu, devido ao altíssimo custo e delay de sinal entre a estação cirúrgica e o robô.
Exemplo e desafio
À exemplo, ZEUS foi o primeiro robô cirúrgico disponível comercialmente a concluir uma cirurgia de colecistectomia transatlântica, em setembro de 2001, entre a cidade de Nova York e sua paciente na França ao custo estimado de 1 milhão de dólares.
O esforço nesse desenvolvimento de cirurgia à distância permitiu, também, o aprimoramento de sistemas de vídeo ensino à distância com maior difusão de informações para médicos e estudantes de medicina.
É importante frisar que o avanço observado até agora foi notável e a evolução da cirurgia robótica minimamente invasiva é um processo de desenvolvimento progressivo e contínuo, com múltiplos concorrentes potenciais no horizonte. Um dos grandes desafios pela frente é a redução dos custos e maior acessibilidade.
Realidade no Brasil
A cirurgia robótica, no Brasil, foi iniciada há cerca de 15 anos e regulamentada somente em 2022 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). Apresenta, nos últimos 5 anos, aumento significativo no país representado pelo número de aparelhos que saltou de 51 para 111, enquanto o número de procedimentos passou de 17 mil para 88 mil.
Ainda é restrita à poucos centros médicos, sendo sua maior parte instituições privadas. Com o aumento do número de equipamentos e a chegada de dois novos fabricantes para competir com a até então única empresa fornecedora da tecnologia, espera-se maior difusão do método e redução de preços, além de estímulo à maiores avanços tecnológicos futuros.
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