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Oncologia30 julho 2025

Estudo com mRNA avança rumo a vacina universal contra o câncer

Nova formulação demonstrou, em camundongos, potencial para combater múltiplos tipos tumorais, inclusive os resistentes à imunoterapia
Por Roberta Santiago

Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos EUA, apresentaram resultados promissores de uma vacina experimental de mRNA contra o câncer. Publicado na Nature Biomedical Engineering, o estudo mostrou que a formulação genérica foi capaz de potencializar a resposta imune e eliminar tumores em modelos animais, incluindo tipos resistentes ao tratamento convencional.

Diferente das vacinas personalizadas, a estratégia desenvolvida não foca em um tipo específico de tumor, mas estimula uma resposta imunológica ampla, simulando o ataque a um vírus. Esse estímulo inespecífico promoveu uma reação robusta das células T contra células tumorais.

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Modelos

Em camundongos com melanoma, usados como modelos pro estudo, a combinação da vacina com inibidores de checkpoint imunológico (como anti-PD-1) levou à regressão completa dos tumores em alguns casos. A abordagem também teve sucesso em modelos de câncer ósseo e cerebral.

Segundo os autores, o mecanismo de ação envolve a indução da expressão de PD-L1 nos tumores, o que os torna mais visíveis ao sistema imune. Isso aumenta a eficácia dos inibidores de checkpoint, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de identificar alvos tumorais específicos.

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A tecnologia usada segue o mesmo princípio das vacinas contra a covid-19, como as da Pfizer e Moderna: uma molécula de RNA mensageiro encapsulada em nanopartículas lipídicas, capaz de instruir as células a desencadearem uma resposta imune.

Próximos passos

O grupo já havia testado uma versão personalizada da vacina em pacientes com glioblastoma em 2023. Agora, o objetivo é avançar para ensaios clínicos com a formulação genérica, mais acessível e com potencial uso universal.

Se os resultados se confirmarem em humanos, a vacina poderá representar um novo paradigma na oncologia: preparar o sistema imune para reconhecer e destruir células cancerígenas, independentemente do tipo de tumor. A pesquisa recebeu apoio dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH).

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