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Saúde16 julho 2025

Modelo de IA mostrou eficiência em diagnóstico precoce de câncer de pâncreas

O modelo apresentou um alcance de sensibilidade de 91,8% na detecção de neoplasia de pâncreas em TC no momento do diagnóstico
Por Redação Afya

Estudo publicado na revista Investigative Radiology mostrou que um modelo de Inteligência Artificial apresentou um alcance de sensibilidade de 91,8% na detecção de câncer de pâncreas em tomografias computadorizadas (TC) no momento do diagnóstico, e 53,9% em exames realizados um ano ou mais antes do diagnóstico. O modelo também demostrou uma sensibilidade de 82,9% na detectação do câncer de pâncreas em estágio I, mostrando um potencial da IA para diagnóstico precoce.

A pesquisa, liderada por Laura Degand, mestre em ciências do Novo Nordisk Foundation Center for Protein Research, avaliou o PANCANAI, um modelo de IA desenvolvido para detectar lesões pancreáticas do ducto pancreático principal em TC na fase portal venosa.

Leia mais: Quais os fatores prognósticos para câncer de pâncreas?

Metodologia

A análise incluiu 1.083 pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas, a partir dos registros médicos da Dinamarca entre 2006 e 2016.  Os pesquisadores avaliaram 1.220 tomografias, sendo 1.022 realizados no momento do diagnóstico e 198 exames feitos antes do diagnóstico.

O estudo focou em pacientes com câncer de pâncreas primário e evitou a inclusão de casos com metástases no pâncreas. Portanto, foram excluídos os pacientes que haviam sido diagnosticados com outro tipo de câncer antes do diagnóstico do tumor pancreático.

O objetivo do estudo foi avaliar a generalização do modelo PANCANAI aplicando-o em uma coorte externa e comparando os novos resultados com os previamente encontrados. Além disso, a pesquisa visou avaliar a capacidade do algoritmo de detectar incidentalmente o câncer de pâncreas antes do diagnóstico histopatológico e demonstrar a função do algoritmo como uma ferramenta 100% automatizada para o diagnóstico de neoplasia no pâncreas, desde a identificação do exame de TC até a previsão da presença do câncer.

Resultados

Para obter os resultados do estudo, as tomografias analisadas foram categorizadas em dois grupos: Diagnóstico concomitante (DC), que foram tomografias adquiridas dentro de uma janela de 2 meses em torno da data do diagnóstico do paciente; Pré-diagnóstico (PD), que foram as tomografias adquiridas antes do diagnóstico.

No grupo diagnóstico concomitante, o modelo PANCANAI mostrou uma sensibilidade de 91,8% na detecção do câncer de Pâncreas. Em relação aos estágios da doença, os resultados foram: 83,1% (estágio I), 85,5% (estágio II), 94,9% (estágio III) e 93% (estágio IV). O desempenho variou conforme a fase de contraste, com sensibilidades de 92,1%, 90,9% e 83,5% para as fases portal, arterial e tardia respectivamente.

No grupo de pré-diagnóstico, a sensibilidade do modelo de IA foi de 68,7%, mostrando potencial da inteligência artificial para diagnóstico precoce. Para subgrupos menores, a sensibilidade foi de 53,9% para tomografias adquiridas mais de 1 ano antes do diagnóstico e de 24,5% para TC realizada mais de dois anos e meio do diagnóstico.

Veja também: Inteligência Artificial: conheça o campo e suas aplicações na Medicina

Conclusão: modelo para diagnóstico de câncer de pâncreas

O estudo mostrou que o modelo PANCANAI é capaz de detectar o câncer de pâncreas em aproximadamente metade das TC adquiridas há mais de um antes do diagnóstico. Segundo os autores, esse resultado mostra que o algoritmo de IA pode ser uma ferramenta útil para obter diagnósticos precoces, consequentemente melhorando a sobrevida dos pacientes. No entanto, os pesquisadores afirmam que ainda é necessário realizar um estudo prospectivo que avalie mais profundamente o algoritmo em um ambiente clínico real, no intuito de analisar se seria possível uma integração fluida entre IA e radiologistas no fluxo de trabalho.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal.

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Referências bibliográficas

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