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Oftalmologia20 agosto 2024

Terçol: qual é a abordagem ideal?

O hordéolo externo (terçol) é causado por um bloqueio das glândulas sebáceas (Zeis) ou sudoríparas (Moll).
Por Juliana Rosa

O hordéolo é uma infecção bacteriana aguda encontrada na pálpebra em que o paciente geralmente apresenta inflamação dolorosa e eritematosa da pálpebra. Quando se forma na pálpebra externa é chamado de terçol.

Também pode se formar na parte interna da pálpebra e ser facilmente confundido com um calázio. Dura em geral de uma a duas semanas, é autolimitado e geralmente se resolve sozinho. Pode ser tratado com compressas mornas e massagem. Antibióticos tópicos podem ser indicados e, em casos raros, a pústula pode exigir drenagem. 

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Mulher idosa com terçol

Panorama  

Geralmente é causado por Staphylococcus que infecta o folículo piloso dos cílios. O hordéolo externo (terçol) é causado por um bloqueio das glândulas sebáceas (Zeis) ou sudoríparas (Moll). O bloqueio ocorre na linha dos cílios e se apresenta como uma área inchada e dolorosa que se desenvolve em uma pústula. Pode se manifestar tanto na pálpebra superior quanto na inferior.    

Não há correlação direta entre raça, sexo ou gênero com relação a prevalência do hordéolo. Pacientes com condições como blefarite, dermatite seborreica, rosácea, diabetes e lipídios elevados também apresentam risco aumentado de desenvolvimento de hordéolo.  

A infecção ocorre devido ao espessamento, ressecamento ou estase das secreções das glândulas de Zeis, de Moll ou Meibomianas. A glândula de Zeis secreto sebo com propriedades antissépticas que podem impedir o crescimento de bactérias. A glândula de Moll produz imunoglobulina A, mucina 1 e lisossomos que são essenciais na defesa imunológica contra bactérias no olho.

Quando essas glândulas ficam obstruídas ou bloqueadas, as defesas oculares são prejudicadas. A estase pode levar à infecção bacteriana por Staphylococcus aureus. Depois que ocorre uma resposta inflamatória localizada com infiltração de leucócitos, desenvolve-se uma bolsa purulenta ou abscesso.  

Uma história cuidadosa e exame físico são essenciais. O paciente geralmente relata um início lento e insidioso de uma pálpebra dolorosa, vermelha e inchada sem história de corpo estranho ou trauma. O paciente não deve relatar dor ocular e seus movimentos extraoculares devem estar intactos e indolores. O eritema está localizado na pálpebra do olho afetado.

Qualquer dor nos movimentos oculares com edema periorbital e eritema é indicativa de celulite orbitária e requer manejo e tratamento adicionais e mais agressivos. Nódulos dolorosos persistentes ou recorrentes no olho podem ser indicativos de carcinoma e requerem biópsia.  

Diagnóstico diferencial  

  • Carcinoma basocelular
  • Calázio
  • Pneumo-órbita (raro)
  • Celulite pré-septal  
  • Carcinoma de glândula sebácea  
  • Carcinoma de células escamosas 

Veja também: O que sabemos sobre crescimento ocular no adulto jovem míope? 

Tratamento do terçol  

Em muitos casos, as lesões podem drenar espontaneamente sem qualquer tratamento. Compressas quentes também são benéficas, assim como massagens na área. Essas são frequentemente vistas como o padrão-ouro. As compressas mornas visam amolecer o tecido granulomatoso e facilitar a drenagem. Não há estudos conclusivos até o momento, mostrando que esse método sozinho causa qualquer duração mais curta ou melhores resultados.   

A massagem palpebral destina-se a ajudar a expelir a drenagem purulenta da glândula infectada. A esfoliação das pálpebras com solução salina ou xampu suave (por exemplo, xampu para bebês), sem lágrimas e com pH balanceado pode promover a drenagem limpando os detritos do duto entupido. O sabão também pode ajudar a remover bactérias, quebrando as membranas celulares e também pode tratar uma causa subjacente do hordéolo externo, a blefarite.   

Lesões persistentes ou lesões maiores podem requerer antibioticoterapia. Esse tratamento pode ajudar a reduzir a duração e a gravidade.  Se o inchaço for significativo e causar pressão na córnea, esteroides tópicos podem ser usados por um curto período. Se a infecção se disseminar e progredir para uma celulite periorbitária ou orbitária, antibióticos sistêmicos são necessários. Incisão e drenagem de um abscesso persistente podem ser necessárias. 

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Referências bibliográficas

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