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Infectologia24 outubro 2022

ID Week 2022: Estudos de doenças fúngicas que podem mudar a prática

Veja a parte da sessão do ID Week 2022 com a apresentação de estudos focados em doenças fúngicas e que podem alterar a prática clínica.

Durante o congresso IDWeek 2022, promovido pela Infectuous Diseases Society of America (IDSA), em Washington D.C, foram apresentados resultados de estudos recém-publicados na área da infectologia. Aqui reunimos os novos estudos sobre doenças provocadas por fungos que têm o potencial de influenciar a prática médica.

Os temas de maior relevância durante as sessões do congresso foram terapias para Candida sp e meningite criptocócica.

ID Week 2022: estudos de doenças fúngicas que podem mudar a prática

CandiSep Trial

Um dos estudos sobre doenças fúngicas, o CandiSep é um ensaio clínico randomizado, aberto e multicêntrico comparando desfechos entre terapia guiada por beta-D-glucana e tratamento padrão em pacientes com sepse e alto risco para infecção por Candida sp. O desfecho primário foi mortalidade em 28 dias.

Eram elegíveis adultos com sepse e alto risco para candidíase invasiva. Indivíduos com candidíase invasiva comprovada, uso prévio de antifúngicos, uso de by-pass cardíaco recente, terapia recente com imunoglobulina ou imunossupressão foram excluídos.

O grupo intervenção teve hemoculturas e dosagem de beta-D-glucana coletados dentro da primeira hora após a randomização. Antifúngicos eram iniciados na presença de qualquer resultado positivo de beta-D-glucana e descontinuados se as hemoculturas fossem negativas. Para o grupo de tratamento padrão, os médicos assistentes não sabiam dos resultados de beta-D-glucana.

Não houve diferença entre os grupos na mortalidade em 28 dias, mortalidade hospitalidade, duração de internação e uso de vasopressores e necessidade de ventilação mecânica. Contudo, destaca-se a baixa frequência de infecções invasivas por Candida sp. detectadas no estudo, o que pode comprometer a análise na busca por diferenças entre os grupos.

Anfotericina B lipossomal em dose única para o tratamento de meningite criptocócica

Meningite criptocócica é uma condição associada à alta mortalidade, sendo a principal causa de morte em indivíduos com HIV na África subsaariana. O tratamento preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) envolvia o uso da formulação deoxicolato de anfotericina B, que apresenta uma alta taxa de eventos adversos e toxicidade.

Um estudo de não inferioridade, randomizado e controlado, conduzido em cinco países africanos avaliou a eficácia e segurança de um esquema de alta dose de anfotericina B lipossomal em dose única, associada a flucitosina, com o tratamento padrão recomendado pela OMS, que consiste na administração de anfotericina B deoxicolato, flucitosina e fluconazol.

Mortalidade com 10 semanas foi semelhante entre os dois grupos de tratamento, assim como redução na carga fúngica presente no líquor. Eventos adversos moderados a graves foram mais frequentes no grupo de tratamento padrão.

Após os resultados desse estudo terem sido publicados, a OMS alterou sua recomendação e o regime terapêutico com dose elevada de anfotericina B lipossomal em dose única passou a ser o esquema preferencial de tratamento.

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Referências bibliográficas

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