As aderências intrabdominais estão entre as complicações da realização de cesarianas, que podem elevar o risco de lesões secundárias de alças intestinais. Além das complicações infecciosas relacionadas ao procedimento per se.
As tentativas de evitar o aparecimento de aderências podem ser relacionar a cuidados específicos do cirurgião, respostas individuais da paciente ou de ambos. Para avaliar essas variantes um trabalho recente publicado no International Journal of Gynecology & Obstetrics.
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Métodos
Ele foi feito utilizando uma coorte de 300 mulheres avaliadas entre outubro de 2020 e dezembro de 2021, através de questionários sobre as gestações prévias e a atual, paridade, outras cirurgias e avalição pelo escore de Nair para aderências com os cirurgiões nas gestações atuais. Complicações no pós-operatório também foram relatadas se presentes.
Resultados
Os resultados trazidos no trabalho são importantes. Um número total de 62% das pacientes apresentou aderências moderadas ou severas. Essas pacientes tiveram necessidade de abordagem por médicos mais experientes e um tempo mais prolongado de internação (p < 0,008 e 0,001 respectivamente).
Outros dados bastante interessantes foram as relações positivas com a maior idade da paciente (p < 0,001), maior paridade (p < 0,001), intervalo interpartal menor (p < 0,001), duração da internação hospitalar prévia ou atual (p < 0,001), tempo de deambulação (p <0,001), tempo de início funcionamento intestinal (p < 0,001), tempo cirúrgico maior (p < 0,001) e fatores relacionados ao cirurgião como mais idade e experiência (p= 0,015 cada).
Conclusão sobre risco de aderências pós-operatórias após cesarianas repetidas
O estudo conclui que a presença de aderências pélvicas aumenta a morbidade materna. Os fatores contribuintes são múltiplos e aumentam com o número maior de cesarianas.
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