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Dermatologia30 julho 2024

Afecções dermatológicas na infância: Eczemátide

Um estudo prospectivo publicado em 2021 na Journal of Dermatological Treatment avaliou 80 pacientes com eczemátide.
Por Mariana Santino

Afecções dermatológicas na infância

O que é?  

A eczemátide ou pitiríase alba é uma condição comum e benigna que cursa com máculas hipopigmentadas arredondadas ou ovais, irregulares, de margens pouco definidas e com finas escamas. As máculas têm diâmetro entre 0,5 a 5 cm, são assintomáticas ou pouco pruriginosas e predominam na face, pescoço, tronco superior e membros superiores. Seu diagnóstico é essencialmente clínico e seu curso é marcado por remissão espontânea em meses a alguns anos e podendo ter recorrência.  

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Qual população é afetada pela eczemátide?  

Predomina nas crianças e adolescentes entre 3 e 16 anos e tem incidência maior em fototipos altos, onde as lesões acabam sendo mais perceptíveis. Afeta 1% da população geral e aproximadamente 9,9% da população pediátrica. É considerada critério menor de dermatite atópica, mas também pode ocorrer em pacientes sem  a dermatite.

Chamada de pitiríase alba endêmica quando ocorre em pacientes de baixo nível socioeconômico e sem dermatite atópica. Alguns estudos sugerem que pode ter relação com exposição solar, uso excessivo de sabonete e esfoliação corporal, baixos níveis séricos de cobre e micro-organismos, como o Cutibacterium acnes, mas essa relação não foi comprovada.   

Como conduzir?  

O tratamento é indicado em casos em que as lesões incomodam esteticamente, já que pode ter remissão espontânea. Existem poucos estudos controlados. Como o curso é crônico e sua localização costuma ocorrer em locais visíveis, torna-se necessário avaliar tratamentos de curto prazo, seguros e efetivos. 

Corticoide tópico de baixa potência é o padrão ouro para o tratamento, mas a localização preferencial na face e o curso crônico são obstáculos para o seu uso. Os inibidores tópicos de calcineurina – tacrolimo ou pimecrolimo – despontam como o tratamento de escolha por ter menos efeitos colaterais e boa aplicação na face.  

Calcipotriol tópico também pode ser tentado, tendo resultados comparados aos inibidores da calcineurina. Em casos refratários, fototerapia com UVA ou excimer laser 308 nm são indicados. Emolientes também fazem parte do tratamento, principalmente nos casos associados à dermatite atópica. Proteger a pele da exposição solar é importante para não pigmentar o entorno da lesão e destacá-la ainda mais.  

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O que há de evidência em relação ao tratamento?  

Em estudo prospectivo publicado por Abdel-Wahab e colaboradores em 2021 na Journal of Dermatological Treatment foram avaliados 80 pacientes com eczemátide. Eles foram divididos em 4 grupos de tratamento, todos com posologia de 2x/dia por 8 semanas: calcipotriol 0,005% creme, tacrolimo 0,03% pomada, clobetasol 0,05% creme e petrolatum (placebo). A avaliação de resposta clínica foi feita através da avaliação global de 2 médicos cegos no estudo, avaliação do nível de satisfação do paciente e contagem do tamanho das lesões.

O tacrolimo apresentou superioridade em relação ao calcipotriol e ao corticoide tópico quanto à repigmentação na avaliação global dos médicos, mas o corticoide recebeu o maior nível de satisfação do paciente pela redução do eritema e das escamas. Todos os três tratamentos foram superiores ao placebo. Eritema e escamas melhoraram com três semanas e a hipopigmentação com oito semanas de tratamento. 

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Referências bibliográficas

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