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Dermatologia16 junho 2023

Caso clínico: Lesões eritematosas e edematosas em paciente com psoríase vulgar

Paciente alega surgimento de lesões assintomáticas diferentes clinicamente das lesões prévias de psoríase.

Paciente masculino, 60 anos, com diagnóstico prévio de psoríase vulgar, sem acometimento articular, tratado topicamente com derivados do coaltar e metotrexato 7,5mg semanais, há um ano, com baixa adesão ao tratamento, mantendo atividade de doença. 

Houve surgimento de lesões assintomáticas, eritematosas, edematosas, no dorso, há um mês, diferentes clinicamente das lesões prévias de psoríase. 

Ao exame: Lesões pápulo-eritematosas, edematosas, sem descamação, acometendo dorso superior. Confira a imagem: 

Qual o diagnóstico e conduta?

O exame histopatológico revelou dermatite perivascular superficial, profunda e perianexial, com aumento de mucina na derme. Exames laboratoriais sem alterações significativas.   

A correlação clínico-histopatológica permitiu o diagnóstico de lúpus eritematoso túmido em paciente com Psoríase. 

O lúpus eritematoso (LE) e a psoríase são doenças com fisiopatologia distinta. Entretanto têm natureza imunomediada e compartilham a desregulação do sistema imunológico relacionado aos linfócitos T. A concomitância das duas condições é rara e o tratamento exige medicamentos imunossupressores que podem ocasionar toxicidade a longo prazo, sendo um desafio terapêutico.  A associação entre LE e Psoríase ocorre com maior frequência na forma sistêmica de LE, mas já foi descrita em outras formas da doença. 

A concomitância das doenças revela dificuldade terapêutica quanto ao LE, pois a hidroxicloroquina, droga mais comumente utilizada, pode agravar a psoríase.  

O paciente em questão apresentou involução com estabilidade do quadro após corticoterapia (Prednisona 40mg/dia) e introdução de ciclosporina (100mg de 12/12hrs), com desmame da corticoterapia seguida de involução das lesões. 

A escolha da ciclosporina na dose de 200mg/dia se faz benéfica para a psoríase tendo em vista sua ação nos linfócitos T, além de não ser droga fotossensibilizante, podendo ser uma  boa opção no contexto acima descrito.

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