Começou o Internal Medicine Meeting da American College of Physicians (IM/ACP 2021), um dos maiores encontros de Medicina Interna da atualidade. Este ano, devido à pandemia, o formato do foi virtual. Um dos primeiros temas abordados foi a telemedicina, assunto em alta em tempos de distanciamento social.
Na palestra da médica Romela Petrosyan, foram abordadas estratégias para o exame físico à distância. Neste post, traremos os principais insights.
Telemedicina
No início da palestra, Romela nos lembrou das vantagens e limitações da telemedicina. Um panorama importante para refletirmos e entendermos as expectativas que podemos criar com relação às consultas virtuais.
Dentre as limitações foram citadas: habilidade do paciente em manusear a plataforma, exame limitado pela qualidade da imagem/vídeo, impossibilidade de auscultar sem ter tecnologia avançada, falta de acesso à tecnologia.
Já nas vantagens, ela ressaltou conexão com o paciente em uma perspectiva diferente; aumento na frequência de visitas; redução de tempo em viagens, faltas no trabalho, etc; conveniência e flexibilidade.
No exame físico, foi proposta a abordagem em 12 sistemas, sendo cinco ressaltados (em negrito):
- Constitucional (sinais vitais, aparência): Neste tópico, vale verificar se o paciente tem em casa algum dispositivo que possa auxiliar (oxímetro, aparelho de pressão, termômetro). Pode-se avaliar pulso, frequência respiratória, temperatura, peso, saturação, acuidade visual. Além de ser possível observar o estado geral do paciente (está alerta? Fácies de dor?) e observar o ambiente em que ele vive. Algumas manobras podem ser ensinadas durante a consulta, o exemplo dado pela palestrante foi a palpação de seios nasais.
- Olhos.
- Ouvido, nariz, boca, garganta.
- Cardiovascular: observar o pescoço e avaliar turgência jugular; com ajuda de um acompanhante, pode-se avaliar perfusão capilar; na avaliação das extremidades, é possível ver edemas.
- Respiratório: pode-se observar esforço respiratório, frequência respiratória, batimento de asa de nariz, uso de musculatura acessória, presença de tosse/ secreção; prolongamento da fase expiratória.
- Abdominal: se possível, um acompanhante pode ajudar no exame com paciente em decúbito dorsal. Pode-se observar distensão, dor à palpação, expressões faciais e sinais de irritação peritoneal.
- Genitourinário.
- Musculoesquelético.
- Pele: procurar sinais de trauma, petéquias, rash, etc. Pedir ajuda ao acompanhante para acessar com a câmera os locais de exame, como escalpe, pernas, dorso.
- Neurológico.
- Psiquiátrico.
- Imunológico/linfático.
Leia também: Telemedicina como um “EPI digital”
Mensagem prática
- A telemedicina é uma ferramenta importante na atualidade, sendo possível acessar muitas informações pelo exame físico à distância.
- É importante instruir o paciente sobre como será realizada a consulta previamente.
- Vale a pena envolver o acompanhante no exame físico, além de demonstrar na prática como realizar as manobras e exames.
Veja mais do congresso:
- IM/ACP 2021: como manejar urgências e emergências hipertensivas?
- IM/ACP 2021: como fazer o manejo ambulatorial da dor crônica?
- IM/ACP 2021: avaliação de risco cardiovascular e imagem
- IM/ACP 2021: atualizações práticas sobre o ultrassom point-of-care (POCUS)
- IM/ACP 2021: dicas práticas sobre intoxicações agudas
- IM/ACP 2021: abordagem da dor musculoesquelética aguda
- IM/ACP 2021: quais as novidades no manejo agudo das cefaleias primárias?
- IM/ACP 2021: novidades no tratamento preventivo das cefaleias primárias
Referências bibliográficas:
- ACP meeting 2021 Palestra: Telemedicine Physical Exam Clinical Skills realizada por Romela Petrosyan em 29 de abril 2021.
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