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Cirurgia7 setembro 2024

O tratamento não cirúrgico na tríade do cotovelo possui resultado “terrível”?

Estudo publicado em abril de 2024 realizou uma avaliação retrospectiva em pacientes com TTC tratados não cirurgicamente no período de 2010 a 2020.
Por Rafael Erthal

A terrível tríade do cotovelo (TTC) é a combinação de uma luxação do cotovelo associada a uma fratura da cabeça do rádio e do processo coronoide. Esta lesão recebe esse nome em virtude do desfecho ruim historicamente relatado nos pacientes acometidos. Tradicionalmente essas lesões são tratadas de modo cirúrgico para otimizar os resultados funcionais.  

Apesar desse conceito clássico, a abordagem cirúrgica não está isenta de complicações incluindo rigidez, ossificação heterotópica, lesão nervosa e necessidade de reoperações. Essas complicações levaram alguns especialistas a reconsiderarem a o tratamento conservador em determinadas circunstâncias. 

Recentemente, o tratamento conservador para lesões da terrível tríade do cotovelo tem ganhado espaço como uma opção em casos selecionados, desde que a fratura apresente congruência articular pós-redução e exista um cotovelo com estável a 30°. Além disso, é necessário que a fratura da coronoide seja pequena e que a fratura da cabeça ou do colo do rádio seja pequena e sem desvio, ou apresente desvio mínimo sem causar bloqueio articular. 

 

Estudo 

Um recente estudo publicado na revista científica “Shoulder Elbow” em abril de 2024 realizou uma avaliação retrospectiva em pacientes com TTC tratados não cirurgicamente no período de 2010 a 2020. As indicações não cirúrgicas incluíram uma articulação congruente na tomografia aliada à preferência do paciente ou à presença de comorbidades significativas que sugiram que a cirurgia apresente alto risco. Foram avaliados como desfechos o escore Oxford Elbow (OES), o arco de movimento e a ocorrência de complicações.  

 Veja mais: Perda da redução da cabeça radial em fraturas de monteggia em criancas – Portal Afya

Resultados  

A amostra levantada incluiu 19 pacientes com idade média de 49 anos, sendo 37% do sexo feminino. Após um período médio de 6 anos (variação de 2 a 11 anos) após o tratamento, o OES médio foi de 46 ± 7. Na última reavaliação clínica após uma média de 6 meses  da cirurgia (2 a 15), a ADM média foi de 131 ± 11° de flexão, 8 ± 10 ° extensão, 85 ± 12° supinação e 85 ± 13° pronação. Um paciente necessitou de reabordagem para liberação articular e outro evoluiu com uma articulação úmero-ulnar incongruente mantendo arco de movimento funcional. 

 

Conclusão 

Os resultados desse estudo sugerem que em determinados casos o tratamento não cirúrgico pode ser uma alternativa segura e eficaz para a abordagem da tríade terrível do cotovelo. No entanto, é necessário que os pacientes sejam avaliados de modo individual para a tomada de decisão e que mantenham acompanhamento regular durante o tratamento. 

 

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