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Ortopedia12 março 2024

Órteses sob medida mais eficazes que o gesso nas fraturas de rádio distal? 

Estudo comparou os resultados entre pacientes com fraturas do rádio distal tratados com as órteses moldadas e o gesso convencional 
O tratamento conservador das fraturas de rádio distal classicamente é realizado com gesso circular bem moldado a fim de evitar a perda de redução. Entretanto, esse tipo de imobilização é pesado e incomoda pacientes para realização de suas atividades diárias, além de poder contribuir para maior rigidez e lesões de pele. Recentemente, órteses de material sintético moldadas sob medida vêm ganhando popularidade por serem mais leves e levarem a menor risco de rigidez, além de melhora estética.  Ouça também: Check-up Semanal: dengue, fratura periprotética acetabular e mais! [podcast]  Dada a ausência de ensaios clínicos estudando tais órteses, foi publicado no último mês no Journal of the American Medical Association (JAMA) um estudo com o objetivo de comparar os resultados entre pacientes com fraturas do rádio distal tratados com as órteses moldadas e o gesso convencional por cerca de 6 semanas. 

O estudo 

Eram elegíveis pacientes com fratura de rádio distal aguda atendidas em hospitais chineses entre dezembro de 2021 e março de 2023, com idade entre 18 e 85 anos, classificadas como AO tipo A ou B. Os critérios de exclusão foram: fratura exposta aguda ou fratura patológica; incapacidade de alcançar redução funcional após redução fechada, doenças reumatológicas que necessitam de terapia hormonal por > 6 meses; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares graves, diabetes ou doenças neurológicas ou psiquiátricas; infecção e ulceração.  Os pacientes foram igualmente divididos e randomizados entre os 2 grupos (órtese x gesso) e a imobilização mantida por 6 semanas. Após, foram observados por mais 6 semanas. O desfecho primário foi o Gartland-Werley (G-W) wrist score em 6 semanas (onde pontuações mais altas indicam disfunção mais grave do punho). Os desfechos secundários abrangeram parâmetros radiográficos, pontuações da escala visual analógica, grau de edema e taxas de complicações.  Descubra: Quiz: Você consegue identificar essa fratura?  Um total de 110 pacientes (idade média [DP], 64,1 [12,7] anos; 89 mulheres [81%]) foram inscritos no ensaio clínico e medidas completas de resultados foram obtidas para 101 pacientes (92%). A média das pontuações G-W em 6 semanas foi 15 (IQR, 13-18) para o grupo com órtese e 17 (IQR, 13-18) para o grupo gessado (diferença média, -2,0 [IC 95%, -3,4 a -0,6]; P = 0,03), indicando uma vantagem estatisticamente significativa para o grupo das órteses.   Com 12 semanas, não houve diferenças clinicamente significativas nos escores G-W entre os 2 grupos observados. Taxas de complicações, incluindo dor e disfunção no ombro e cotovelo e irritação cutânea foram menos comuns no grupo órtese (dor e disfunção no cotovelo: razão de risco, 0,28 [IC 95%, 0,08-0,93]; P = 0,03; irritação cutânea: razão de risco, 0,30 [IC 95%, 0,10-0,89]; P = 0,02). 

Conclusão 

Os resultados sugerem que os pacientes com fraturas do rádio distal tratadas com órteses tiveram melhores resultados funcionais e menos complicações em 6 semanas em comparação com aqueles que receberam gesso, sem diferença na semana 12. Portanto, é importante levar em conta o uso da tecnologia na confecção de imobilizações para essa patologia futuramente.  Leia ainda: Quais são os fatores mais associados a pseudartrose de fraturas de fêmur distal
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Referências bibliográficas

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