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Cirurgia11 janeiro 2023

Aberta ou endoscópica: qual liberação do túnel do carpo gera menos reabilitação?

A síndrome do túnel do carpo é a neuropatia compressiva mais comum no mundo e o seu tratamento consiste na liberação do ligamento transverso.

A técnica endoscópica para liberação do ligamento transverso do carpo foi descrita em 1989 e, ao longo dos anos, inúmeros trabalhos foram realizados para tentar demonstrar retorno mais rápido às atividades, maior força de pega e menor cicatriz. Alguns dos benefícios foram provados, entretanto, percebeu-se a maior chance de risco de lesão nervosa.

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Estudos comparando o uso de medicações analgésicas pós-operatórias nas técnicas aberta e endoscópica, além da necessidade de terapia de mão para reabilitação, ainda são escassos. Sendo assim, foi publicado no último mês na revista “Hand” um estudo com o objetivo de comparar a técnica aberta e endoscópica de liberação do túnel do carpo quanto à prescrição de opioides e necessidade de terapia de mão.

gera menos reabilitação

O estudo

Foi conduzido num Hospital Universitário de Ohio um estudo retrospectivo de pacientes com síndrome do túnel do carpo (STC) tratados com cirurgia aberta ou endoscópica. Pacientes com STC idiopática isoladas foram incluídas; Pacientes submetidos à liberação simultânea de túneis do carpo bilateral, revisão e procedimentos adicionais no momento da liberação foram excluídos. Os resultados incluíram pacientes que necessitaram uso de opioides ou uma indicação de terapia de mão dentro de 6 meses após a cirurgia.

Métodos

Um total de 1.125 pacientes atendeu aos critérios de inclusão. A liberação endoscópica foi realizada em 634 (56%) casos e liberação aberta em 491 (44%). A análise não ajustada revelou que não há diferença no número de pacientes que requerem opioides (6,0% vs 7,1%, p = 0,44), número médio de recargas entre aqueles

Que requerem opioides (1,29 vs 1,23, p = 0,69), equivalentes totais de morfina oral (45,1 vs 44,7, p = 0,84), número de pacientes que se queixam de dor (12,8% vs 14,7%, p = 0,36), necessidade de terapia de mão (12,1% vs 11,4%, p = 0,71) ou número médio de consultas com a terapeuta (4,5 vs 4.2, p = 0,74) para técnicas endoscópicas e aberta, respectivamente.

Resultados

A análise ajustada revelou idade inferior, menor IMC e história do relaxante muscular como preditores de maior uso de opioides e, em contraste com a análise não ajustada, o cirurgião e a técnica cirúrgica (aberta) foram preditores de encaminhamento para a terapia de mão.

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Na prática

A técnica endoscópica, por apresentar uma agressão menor às partes moles, pode significar um retorno mais rápido às atividades com menor necessidade de terapia de mão pós-operatória. Entretanto, é maior o risco de lesão nervosa inadvertida, principalmente por conta de variações anatômicas. Cabe ao cirurgião escolher a técnica entendendo seus prós e contras.

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Referências bibliográficas

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